TCU aponta omissões graves de Pazuello na gestão da pandemia; ministros debatem punições

Para o relator da ação, ministro Benjamin Zymler, número de mortes é um indicador da ausência de planejamento do Ministério da Saúde

  • Por Jovem Pan
  • 15/04/2021 07h07 - Atualizado em 15/04/2021 09h01
GABRIELA BILÓ/ESTADÃO CONTEÚDO Homem de terno e gravata falando em microfone diante de fundo azul e ao lado de bandeira do Brasil Benjamin Zymler aponta que a pasta da Saúde retirou suas responsabilidades sobre medicamentos, insumos e testes

O Tribunal de Contas da União (TCU) aponta omissões graves e quer punições ao ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. O relator da ação, o ministro Benjamin Zymler, questiona que a pasta retirou suas responsabilidades sobre medicamentos, insumos e testes. Zymler coloca que o número de mortes é um indicador da ausência de planejamento. “Se nós expandíssemos os 20 piores resultados de países do mundo, piores taxas de mortalidade, 13 estados brasileiros ocupariam posições nessa tabela”, disse. Já o ministro Bruno Dantas considera que há argumentos de sobra para impor condenações severas. “Nos envergonha essa gestão que o Ministério da Saúde vem realizando com relação a esse quadro tenebroso da crise da Covid-19 no Brasil”, disse. O ministro Vital do Rêgo criticou o não cumprimento das determinações do Tribunal. “Depois de três ministros da Saúde, três ministros da Saúde, nós temos que ter uma posição muito clara a respeito dessa desobediência absurda feita pelo Ministério da Saúde.”

No entanto, os ministros mais próximos do governo entraram em cena. Augusto Nardes pediu vista ao processo. “Já tenho algumas sugestões, mas  seria mais produtivo se pudesse ter pelo menos uma semana para dar uma olhada nesse trabalho fantástico que está sendo feito pela equipe técnica e apresentado pelo ministro Benjamin”, afirmou. Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, o ministro Jorge Oliveira defendeu que Pazuello estava no meio de uma guerra. “O que está acontecendo no nosso país, independente de qualificarmos os atuais gestores como qualificados ou não, não é diferente do que vem ocorrendo no mundo inteiro”, afirmou. Jorge Oliveira acompanhou o pedido de vista e ressaltou que o TCU não deve extrapolar suas funções. Já o Ministério Público Federal do Amazonas entrou com ação de improbidade administrativa contra o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o secretário estadual de Saúde do Amazonas, Marcellus Campelo, por omissão no combate à pandemia no Estado e pelo colapso de oxigênio nas unidades de saúde.

*Com informações do repórter Marcelo Mattos

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