Temporais, vendaval e ressaca marítima: Estado de SP tem risco de desastres naturais no final de semana
Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, o capitão Felipe Carmelo Torres Zaupa falou sobre as chuvas que devem atingir diversas regiões e o trabalho de prevenção
Nesta sexta-feira, 31, a Defesa Civil de São Paulo emitiu um alerta para fortes chuvas que devem atingir o Estado até domingo, 2. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o órgão destaca que a Baixada Santista e o Litoral Norte devem receber 100 milímetros de chuva, com os municípios da Baixada registrando ventos com até 74 quilômetros por hora e forte ressaca, com ondas chegando aos 3,5 metros de altura. Na região do Vale do Ribeira, são esperados 80 milímetros de chuva. Por fim, a capital, Região Metropolitana e Vale do Paraíba devem registrar 60 milímetros de precipitação. O Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o capitão Felipe Carmelo Torres Zaupa, que é diretor do Centro de Gerenciamento de Emergências do Estado (CGE), para esclarecer o alerta: “Uma frente fria provocada por um ciclone extratropical que está no sul do país, próximo ao Uruguai, está sendo empurrada para a faixa sudeste do nosso país e pode provocar acumulados relativamente altos (…) Como o solo já se encontra saturado devido às fortes chuvas que tivemos durante esse verão, que foi um verão muito chuvoso e com desastres grandes, nós emitimos esse aviso para que a população e o Sistema Estadual de Proteção e Defesa Civil se preparem para qualquer tipo de desastre natural”.
“A previsão é que nessa madrugada o ciclone possa atingir uma pressão ainda mais baixa e evoluir a essa condição que chamamos de ‘ciclone bomba’ (…) Nós sentiremos reflexos, porque é uma formação atmosférica de muita energia. Então ressaca marítima, vendaval e a chuva podem sim atingir a nossa costa. O nosso litoral, até pela sua formação geográfica, é mais resiliente a chuvas e precipitações. Obviamente que no Carnaval, no litoral norte, em São Sebastião, caiu 680 mm em oito horas. Não existe lugar no mundo que seja resistente a esse acumulado. Agora, 100 mm a 80 mm em 72 horas é uma chuva forte, mas que não traz tantos riscos assim”, explicou. A Defesa Civil pede que a população que vive em áreas de risco fique em alerta durante as chuvas e que as pessoas deixem os locais ao perceberem sinais de possível deslizamento de terra, como árvores tombadas e rachaduras em paredes. Na capital paulista, a previsão é de 90% de chances de chover no sábado, 1º, com 15 milímetros previstos. Já no domingo, São Paulo tem 40% de chances de ter chuva, com a previsão sendo de apenas 2 milímetros.
O diretor do CGE ainda esclareceu quais as áreas deverão ser mais afetadas e as medidas que a Defesa Civil tem tomado: “As regiões mais atingidas serão as mais próximas à faixa leste do Estado. Começando pelo Vale do Ribeira, Região Metropolitana, Baixada Santista e o Vale do Paraíba. Temos diversos meio de comunicação com a população, nas nossas redes sociais e campanhas do governo, e temos a nossa comunicação com os agentes municipais da Defesa Civil, que operam na ponta da linha conhecendo bem as suas cidades e áreas de risco das suas cidades. Quando eles recebem nossos alertas, eles tem uma ferramenta robusta para que tomem as precauções necessárias durante o período de chuvas. Também operacionalizamos, durante os meses de dezembro a março, o Plano Preventivo da Defesa Civil, que é um plano operacional conjunto entre Estado e municípios para que nós, por meio de mensurações técnicas, possamos salvaguardar a nossa população”.
“Quando fazemos esse modelo meteorológico, ele é regional, é mais abrangente. Obviamente que São Sebastião é uma cidade que está no nosso foco, por tudo o que sofreu, ainda temos equipes da Defesa Civil lá trabalhando”, detalhou. Por causa da frente fria que deverá atuar no Estado durante a primeira quinzena de abril, a Defesa Civil de São Paulo adiou o fim da Operação Chuvas de Verão 2022/2023 para o dia 15 de abril. A medida afeta os 177 municípios que fazem parte do Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC). Durante a operação, foram registradas 400 ocorrências, que relataram até o momento 98 mortes, cinco desaparecidos, 58 feridos, 20.025 desalojados e 3.410 desabrigados. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.
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