Tensão EUA-Irã deve barrar novo corte da Selic no Brasil; aumento no preço do petróleo não será imediato

  • Por Jovem Pan
  • 04/01/2020 07h43
EFE/EPA/RAHAT DAR O preço do combustível chegou a disparar mais de 4%; assim como o dólar, que registrou alta de 0,82% após o assassinato

O preço do petróleo registrou forte alta após a morte do general Qassem Soleimani, do Irã, em um ataque dos Estados Unidos na última quinta-feira (2). A ação militar norte-americana provocou preocupações sobre a escalada das tensões regionais e a interrupção do fornecimento de petróleo, fazendo com que o valor do barril chegasse a disparar mais de 4%, batendo a US$ 69,50, o maior valor desde meados de setembro.

Uma hora após a divulgação do assassinato do iraniano pelas agências internacionais, o preço da commoditie já estava nas alturas. O conflito estimulou movimentos de aversão a risco, e o aumento na precificação afetou as ações de companhias aéreas.

Para o economista André Perfeito o episódio encerra a chance de mais cortes na taxa de juros aqui no país. “Um preço mais alto de gasolina, talvez um ruído em relação ao câmbio… O Banco Central ia cortar a Selic de 4,50% ao ano para 4,25%, mas agora eu acho que não tem muito motivo, mais, para cortar. Já estamos com a taxa Selic extremamente baixa, não vão subir os juros, mas esse processo de queda contínuo não deve mais acontecer”,

Ele indica que os reflexos nos preços dos combustíveis no Brasil não ocorrerão de forma imediata. “Temos que esperar mais um mês para sabermos se vamos sentir ou não de forma mais clara, não é automático esse tipo de reajuste. Mesmo porque o barril do petróleo subiu 4%, o que pode ser revertido, a depender como vai ser feito em relação a crise por lá. Mas essa alta que teve é por causa da tensão, mas ninguém está imaginado que vai ter uma guerra no oriente médio. Não é disso que se trata, ainda. Se fosse isso, aí sim teríamos problemas bastante sérios para o consumidor e  sociedade brasileira.

Com a tensão, bolsas de valores em todo mundo fecharam em baixa – como foram os casos das de Frankfurt, Milão, Madri e Lisboa. As asiáticas seguiram o mesmo caminho. Em Tóquio, o índice Nikkei permaneceu fechado. Tiveram resultados negativos as de Hong Kong, Xangai, Shenzen e Cingapura.

A bolsa brasileira caiu 0,73%, a 117.706 pontos. As americanas também operaram em queda. Já o dólar subiu: a moeda registrou alta de 0,82%, cotada a R$ 4,05.

*Com informações do repórter Daniel Lian 

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