Turismo de negócios precisa buscar alternativas para retomar fôlego, diz especialista

Membros do setor afirmam que cidades importantes para relações executivas têm média quase 50% inferior a anos pré-Covid

  • Por Jovem Pan
  • 27/12/2021 08h38 - Atualizado em 27/12/2021 09h50
Anderson Francis PB/Pixabay imagem aérea da avenida paulista Imagem aérea da Avenida Paulista, em São Paulo

O turismo de lazer começa a dar sinais de recuperação, mas o de negócios precisa se reinventar para recuperar as perdas após dois anos de pandemia. A avaliação é do presidente do Instituto De Desenvolvimento, Turismo, Cultura, Esporte e Meio Ambiente (IDT-Cema), Bruno Omori. Ele ressaltou que o desempenho, nas duas vertentes, ainda está baixo, mas vem melhorando. “De 1,5 bilhão de pessoas viajando em 2019, caiu para pouco mais de 200 milhões. De 1,8 trilhões de dólares de faturamento do setor turístico mundial em 2019, em 2020 caiu para pouco mais de 200 bilhões. Essa recuperação do turismo de lazer deve acontecer e ficar equiparada nos próximos meses, e o turismo de negócios, cidades como São Paulo, Belo Horizonte, Campinas e Brasília, essas têm ainda uma baixa ocupação, de área média quase 50% inferior ao que tínhamos no ano de 2019. O turismo de lazer deve se consolidar e levar novas experiências aos turistas. Bruno Omori reforçou que é preciso que o turismo de negócios faça o mesmo.

“Antigamente, você tinha duas mil pessoas e o CEO falava online do exterior. Hoje em dia o CEO vem com 10 diretores e traz isso para 2 mil colaboradores. Então, tem que fazer uma adaptação de transmissão e tem que ser criada uma nova experiência para o ócio, independente do negócio, tem que ser aliada à gastronomia, à cultura”, afirmou. Os protocolos sanitários que possibilitam a realização de feiras, festas e eventos dentro dos hotéis devem ajudar na recuperação – ainda mais depois que as comemorações de rua do réveillon foram canceladas. Omori, afirma que tanto as comemorações internas da virada como as de carnaval vão reanimar o setor. “No Réveillon, a capital [São Paulo], sem o Réveillon de rua, mas com a São Silvestre, deve chegar próximo a 35%, até 40% por causa da São Silvestre e desses eventos que acontecem dentro de hotéis. No interior, chega muito próximo a 85%, 90% e litoral do Brasil todo de 90% a 95% de ocupação. O turismo de lazer, dentro dos hotéis, dos resorts, dos empreendimentos fechados, vão estar funcionando normalmente. Então a pessoa pode não ir para a folia de carnaval na rua, mas ela vai ter essa possibilidade de aproveitar para descansar ou ter mesmo algumas festas dentro de salões, de clubes, de hotéis ou centro de convenções”, afirmou.

*Com informações da repórter Nanny Cox

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