Turismo prevê entraves, mas diz que exigência de visto para EUA e outros países pode abrir diálogo
Medida foi anunciada por Lula e também afeta turistas de Austrália, Japão e Canadá, que exigem visto de entrada para brasileiros em seus territórios
O presidente Lula (PT) revogou a decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro e retomou a exigência de visto para turistas dos Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália. A decisão foi informada aos governos desses quatro países nesta quinta-feira, 9. Os brasileiros ainda precisam de vistos para entrar nesses países. O presidente da Confederação Nacional de Turismo (CNTur), Wilson Luiz Pinto, diz que, por um lado, a medida é ruim, já que dificultará a entrada de turistas no Brasil, mas que por outro é justo,já que o brasileiro também precisa de visto para entrar nestes países. “O americano, o australiano, o canadense vai precisar ir na embaixada brasileira para vir para cá. Mas também vai abrir um diálogo desses países sobre a reciprocidade. Eu entendo que não é saudável o Brasil não exigir visto desses países e eles exigirem vistos para lá”, diz Wilson.
No caso dos Estados Unidos, o aumento do número de turistas foi de 2018 para 2019 foi de 12%, saindo de 390 mil para 439 mil. Em 2022, vieram 355 mil americanos para o Brasil, abaixo do nível pré-pandemia. Para Maurício Gonçalves, advogado especialista em imigração, a medida afeta a economia, já que menos pessoas irão querer vir para o Brasil. “Nosso país é continental, mas antes da pandemia tivemos menos de 4.9 milhões de turistas estrangeiros, enquanto a Espanha teve 83,5 milhões. A França teve 90 milhões. Na própria América Latina, o Chile teve 4,5 milhões, pouco menos que o Brasil, enquanto que a Argentina teve 7,4 milhões de turistas. A reciprocidade deve ser observada, mas, talvez, o interesse econômico em relação ao turismo brasileiro, fale mais alto”, disse Gonçalves.
*Com informações do repórter Victor Moraes
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