Uso da máscara e isolamento social são para salvar vidas, diz secretário de Saúde de SP

  • Por Jovem Pan
  • 06/05/2020 09h07 - Atualizado em 06/05/2020 09h15
Wilker Mattos/Estadão Conteúdo De acordo com Edson Aparecido, quanto mais cedo São Paulo enfrentar a doença mais rápido a vida voltará ao normal

O secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, projetou para maio e junho o “momento mais agudo” da pandemia do coronavírus na cidade. De acordo com ele, estudos dos números da última semana indicam que serão meses de muita pressão.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, Edson afirmou que, se o isolamento social não tivesse sido adotado pelo governo, o número de mortos hoje seria cerca de 10 vezes maior. “O uso das máscaras e o isolamento social não são para prender, mas sim para salvar vidas. E essas medidas tem tido sucesso porque estamos achatando a curva.”

Edson Aparecido afirmou que as ações de bloqueios educativos realizados em algumas vias de São Paulo entre a última semana e a terça-feira (5) surtiram efeito. “Percebemos que hoje a circulação de pessoas reduziu bastante. O bloqueio, sem dúvidas, ajuda a restringir o acesso das pessoas.”

Ele reforçou a necessidade das pessoas ficarem em casa, já que os números das últimas semanas tiveram alta. Na necessidade de sair, ele destacou a importância do uso da máscara de proteção.

“A máscara é uma arma porque, se a pessoa estiver com o vírus e não sabe, ela protege quem convive com ela ou transita por perto. Mesmo que seja a caseira, feita de forma artesanal, ela deve ser utilizada. As pessoas precisam se conscientizar que o uso vai dificultar a disseminação do vírus.”

Economia

De acordo com Edson Aparecido, quanto mais cedo São Paulo enfrentar a doença mais rápido a vida voltará ao normal. “Não temos outra maneira de combater o vírus que não seja adotando quarentena.”

Ele deu como exemplo o que acontece atualmente na Inglaterra. “É preciso acompanhar como isso se desenvolve em outros lugares. Eles foram os últimos a adotar medidas restritivas e já estão ultrapassando os números da Itália.”

Segundo ele, o mundo todo foi afetado profundamente no sistema de saúde, economia e na vida social. “Precisamos tomar medidas que possam, ao mesmo tempo, preservar vidas e a questão econômica. Esse é nosso desafio todos os dias.”

Medidas tomadas

Edson Aparecido destacou que a maioria das medidas adotadas pelo prefeito da cidade, Bruno Covas, são determinadas pelos números gerados através do monitoramento do sistema que acompanha a circulação das pessoas.

Esse sistema é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado e tem sido muito preciso ao mostrar as taxas de isolamento com ajuda de dados fornecidos pelas empresas de telefonia móvel.

O secretário deu como exemplo de número também analisado o aumento expressivo das mortes em decorrência de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) em relação ao ano passado. Em abril de 2019 foram 24 óbitos. No mesmo período de 2020, 2.270.

“O que temos de diferente? A covid-19. A possibilidade é exatamente a insistência da pandemia em São Paulo. Fazemos nossos levantamentos diariamente e temos filtros muito efetivos”, justificou,

“Para tomar nossas decisões aqui levamos em conta não só o número de óbitos confirmados, mas também dos suspeitos. Assim temos uma dimensão maior da disseminação nos 92 distritos da cidade.”

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