USP testa vacina contra o coronavírus com aplicação via spray

Tecnologia estudada no Brasil desde abril anima cientistas; especialista acredita que composto pode ser o “definitivo”

  • Por Jovem Pan
  • 03/09/2020 06h52 - Atualizado em 03/09/2020 08h36
REUTERS/Hyungwon Kang Vacina spray nasal  A expectativa dos pesquisadores é que a vacina possa começar a ser aplicada entre o segundo semestre de 2021 e o início de 2022

Cientistas brasileiros estão animados com o desenvolvimento de uma vacina em formato de spray nasal para proteger a população da Covid-19. O modelo de imunização, que começou a ser criado em abril, já está sendo testado em animais. O projeto está sendo desenvolvido pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP em parceria com o Instituto do Coração. A expectativa dos pesquisadores é que a vacina possa começar a ser aplicada entre o segundo semestre de 2021 e o início de 2022. O diretor do Laboratório de Imunologia do Incor, Jorge Kalil, destaca que o imunizante intranasal deve ser mais barato do que a vacina injetável: “Uma vacina de spray tem várias vantagens, temos a tecnologia, sabemos fazer, o custo seria bem menor, pois não precisamos de algumas culturas de células que são muito caras e sem dúvida seria disponível para a população brasileira, já que seria desenvolvida e produzida aqui.”

Outra vantagem é que, ao contrário da injetável, a vacina de spray induz a criação de dois tipos de anticorpos, o que pode tornar a imunização mais duradoura. Jorge Kalil diz que as vacinas convencionais podem ser usadas de maneira emergencial já que ficarão prontas antes, mas que a nasal pode vir para ficar: “Nós estamos trabalhando para uma vacina que seja definitiva. É muito provável que tenhamos uma segunda ou até terceira geração de vacinas, uma primeira emergencial e a última definitiva.” A vacina deverá ser administrada em quatro doses, duas em cada narina, com um intervalo de alguns dias entre as aplicações. Segundo os pesquisadores, o custo deverá ser de cem reais por imunizante.

*Com informações da repórter Beatriz Manfredini.

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