Vacina brasileira contra Covid-19 começa a ser testada em voluntários
Desenvolvimento clínico do imunizante tem a participação de empresas dos Estados Unidos e Índia; tecnologia usada é a de RNA mensageiro, como a da Pfizer
Chamada de RNA MCTI CIMATEC HDT, a nova vacina brasileira contra a Covid-19 usa a mesma tecnologia da Pfizer, de RNA mensageiro. O desenvolvimento clínico do imunizante tem a participação de empresas dos Estados Unidos e Índia, além do Brasil. Por aqui, quem está à frente dos estudos é o SENAI Cimatec, que fica em Salvador. A pesquisa tem um financiamento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações de R$ 6 milhões. A primeira fase de testes clínicos em humanos começou na quinta-feira, 13, e terá 90 voluntários. A intenção é medir a imunológica despertada pela vacina e determinar o regime de doses. Por isso, os voluntários serão vacinados com doses e intervalos diferentes, como explica o infectologista e pesquisador chefe do Cimatec, Roberto Badaró. “Essa dose de um micrograma vai ser testada em duas aplicações com intervalo de um mês, outro corte com uma duas doses de intervalo de dois meses e dose única. Seguiremos os participantes por 364 dias, mas em três meses ele encerra a administração de doses já e nós já poderíamos iniciar a fase 2 e 3”, explicou.
A fase dois reunirá 400 participantes e a fase três pode chegar até 5 mil pessoas. Para ser voluntário, é preciso ter entre 18 e 55 anos, não vacinado contra a Covid-19 ou vacinado que tenha tomado até duas doses, desde que tenha a quantidade menor ou igual a 40% de anticorpos. Quem se disponibilizar ao ser voluntário deve preencher um formulário de estar disponível no site do Ministério de Ciências, Tecnologia e Inovações. Em entrevista o Jornal Jovem Pan, o ministro Marcos Pontes disse que a perspectiva é que a vacina esteja disponível no começo do ano que vem. Ele também destacou a importância de ter um imunizante com essa tecnologia específica para o futuro. “É uma vacina muito eficiente, aliás, é mais eficiente do que essas que nós temos agora de RNA. Ela utiliza doses bem menores, o que permite que possa ser incluído, inclusive, várias mutações. Ela é de terceira geração, como se chama. No SENAI Cimatec, nós já estamos fazendo os planos para a construção de um centro de produção de vacinas”, afirmou. Segundo o ministro, os testes clínicos em humanos também serão feitos nos Estados Unidos e já estão em andamento na Índia, com resultados preliminares positivos em relação à segurança e efetividade.
*Com informações da repórter Carolina Abelin
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