Vendas de veículos crescem 37,4% em junho, aponta Anfavea
Apesar da alta, número está abaixo do esperado pelo setor; novas projeções para 2021 revelam uma tendência de queda na produção
As vendas de carros leves, conhecidos como “populares”, caminhões e ônibus apresentaram um crescimento de 37,4% no mês de junho deste ano se comparado ao mesmo período do ano passado, mesmo ficando abaixo do esperado, em 13,4%, entre maio e junho. Foram 182.5 mil veículos emplacados, segundo o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes. “Nós fechamos o mês de junho com 182,5 mil veículos emplacados, o que representa uma queda de 3,3% em relação ao mês de maio, que atingiu 188,7 mil. Merecem destaque os licenciamentos de elétricos e híbridos, que tiveram uma alta com 3.507 unidades emplacadas nesse mês”, detalha. A média de emplacamentos foi de 8,6 mil veículos por dia. Isso num período de dois meses.
Outro dado importante para a conclusão da pesquisa foi que, há cerca de um ano, com o impacto da pandemia, segundo a Anfavea, o posto de trabalho reduziu. Ficou com cerca de 105,5 mil trabalhadores empregados. Em 2019, eram 109,5 mil trabalhadores. E, em 2018, eram 112,4 mil trabalhadores. O número de demissões no setor só não foi menor porque a indústria de caminhões está num ritmo mais intenso, impulsionada pelo agronegócio. O setor poderia comemorar mais se as fábricas da Ford não tivessem fechado aqui no Brasil. As novas projeções do setor para 2021 revelam uma tendência de queda na produção. De 2,5 milhões de unidades para 2,45 milhões, chegando a 22% da expectativa. Já nas vendas internas, o cálculo indicativo de janeiro de 2021 era de um crescimento de 15%, com 2,36 milhões de unidades. Mas a projeção caiu para 2,32 milhões de veículos, chegando até 13% da expectativa.
A escalada de juros também é um fator que impacta diretamente na compra de veículos novos e seminovos no Brasil. De acordo com a Anfavea, o governo federal precisa rever a taxa de juros para quem sonha em ter o carro próprio ou para quem quer trocar de veículo por um mais novo, como explica Luis Carlos Moraes. “De um lado tem alguns sinais positivos, mas existem preocupações. Ou seja, a gente ainda acha que esse ano, mesmo que não tivesse o semicondutor, ainda teria um crescimento maior, provavelmente, mas não substancialmente alto para a gente dizer que todo o tema já está resolvido”, afirma. Por causa da pandemia, o setor de insumos automotivos foi impactado. A vacinação em massa da população é o fôlego que o setor precisa para aquecer o mercado novamente, elevando assim, a tendência de vendas.
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