Corpos de mãe e filha são encontrados enterrados no quintal de casa

As duas estavam desaparecidas desde novembro; ex-companheiro e filha mais velha da vítima são os principais suspeitos

  • Por Jovem Pan
  • 03/02/2021 16h50 - Atualizado em 03/02/2021 18h56
Imagem: Reprodução/Facebok: Cristiane Arena De acordo com a polícia, mãe e filha foram mortas em novembro

Os corpos de mãe e filha, que estavam desaparecidas desde novembro, foram encontrados nesta terça-feira, 2, pela Polícia Civil de Pompeia, no interior de São Paulo. Os corpos de Cristiane Arena, de 34 anos, e Karoline Vitória, de 9 anos, estavam enterrados em um buraco cimentado no quintal da casa da família. O ex-companheiro da vítima é um dos principais suspeitos do crime e permanece foragido. A filha mais velha de Cristiane, de 16 anos, também é suspeita de participação no assassinato e foi apreendida. Segundo os familiares das vítimas, uma paixão entre o padrasto e enteada teria motivado o crime. “Nós fomos surpreendidos com essa tragédia, ainda mais porque ocorreu aqui em Pompéia, uma cidade pacata. Hoje os corpos foram encontrados na casa e identificados. O autor do crime é um psicólogo, que era casado com Cristiane e padrasto das meninas – a de 9 anos, morta no assassinato, e a de 16 anos. Segundo nossas investigações, após matar a companheira, ele chegou a fazer operações financeiras usando o cartão de Cristiane na Caixa Econômica da cidade. A filha mais velha dela foi apreendida por também ter participado do crime. Ela e padastro mantinham um envolvimento amoroso, o que os levou a cometer essa atrocidade. Agora precisamos aguardar os laudos da perícia, ouvir testemunhas e vamos ao encalço desse cidadão”, explicou o delegado Cláudio Anunciato Filho, responsável pela investigação, à Jovem Pan.

Os policiais desconfiaram do crime e decidiram invadir a casa após perceberem que a residência estava sendo reformada, com a construção de um contrapiso de concreto nas partes do fundo. Uma retroescavadeira foi usada para quebrar o piso. “Desde novembro, eles viviam em cárcere privado, não saíam de casa. Eu havia denunciado ao Conselho Tutelar porque sabia que era estranho, que algo devia estar acontecendo. Quando foram até a casa e contaram quantas pessoas moravam ali, descobriram que tinham apenas dois moradores na casa, o padrasto e a enteada. Falaram que a minha irmã tinha pego a filha mais nova e ido embora da cidade com um rapaz, mas isso não é verdade. Hoje viram que eu não estava mentindo porque encontraram os corpos no quintal. Os vizinhos me disseram que os dois estavam mexendo com cimento na casa por volta da meia-noite. Como achei isso estranho, fui até a delegacia e falei. Então os policiais vieram, arrebentaram a porta de entrada e o cimento do quintal. Assim acharam o corpo da mãe e filha”, relatou a irmã da vítima.

Segundo ela, a relação entre o enteado e a sobrinha era incomum. “Minha intuição já alertava que tinha algo estranho. O padrasto abraçava minha sobrinha por trás, isso não é normal. Aos poucos percebemos que existia uma paquera entre eles”. O delegado caracteriza a filha mais velha da vítima como “psicopata” por matar a mãe e a irmã pequena. “No depoimento, percebemos que ela é fria e calculista. Ela não mudou a versão dos fatos sequer uma vez, permaneceu na narrativa que foi orientada pelo amante. Em certo momento, ao ser questionada se não tinha vontade de ver a irmã de apenas 9 anos, ela chorou, bebeu água, se recompôs e manteve sua versão do crime. É estarrecedor. Claramente, o autor do assassinato tem algum problema mental seríssimo. Mas a filha, por ter permanecido na casa após o assassinato, sabendo que a mãe estava enterrada de um lado e a irmãzinha do outro, é pior do que ele”, analisou Cláudio Anunciato Filho. De acordo com a polícia, as mortes aconteceram no fim de novembro e os corpos estavam enterrados na casa desde então.

*Com informações da repórter Karina Castilho

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