Bia Kicis esclarece relação com catadora que entregou faixa a Lula
Em entrevista ao Morning Show, a deputada afirmou que Aline faz parte de uma cooperativa que conheceu no início do mandato
Nesta sexta-feira, 6, o programa Morning Show recebeu a deputada federal Bia Kicis (PL – DF). Após ser vinculada com a catadora Aline Souza, que passou a faixa para o presidente Luiz Inácio da Silva durante a posse, Kicis esclareceu a sua relação com a mulher. Criticada por uma viagem à Europa em abril, Aline explicou que só saiu do Brasil porque Kicis a ajudou – a passagem foi viabilizada graças a uma parceria entre a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o Sindicato e Organização das Cooperativas do Distrito Federal e o Ministério do Desenvolvimento Regional. “Desde o início do meu mandato, em 2019, eu tive contato com mulheres catadoras que me procuraram pedindo ajuda, conheci o trabalho delas e fiquei encantada com a organização da cooperativa. Um ambiente lindo e organizado, um trabalho muito difícil de catar e separar o lixo”, explicou. “Comecei destinando emendas para aquisição de caminhões. Eles participaram de uma grande feira para mostrar como poderia ser organizados e que com essas estruturas eles podem ir além no trabalho deles, faturar muito mais. Eu não vi a posse do Lula, fiquei sabendo depois que a Aline tinha entregado a faixa. Entrei em contato com ela, ela me contou o que estava acontecendo.”
A parlamentar afirmou que, como pessoa pública, considera normal os questionamentos sobre sua relação com a catadora em um cenário político polarizado e afirmou esperar que os profissionais da área tenham um tratamento digno. “Está tudo muito polarizado, as pessoas pegam qualquer chance de criar uma treta nas redes, as pessoas usam. Acho que é natural os dois lados, mas existem pessoas envolvidas. Quando elas são atingidas, elas ficam magoadas, elas sofrem”, disse. “Eu mesma já fui vítima de diversas tretas com meu nome, só que a gente quando é figura pública está preparado para levar essas rebordosas da vida, a gente está preparado para isso. Quando isso chega em pessoas como a Aline, é muito mais difícil lidar com isso. Por isso é muito importante a gente esclarecer essa relação, aí a situação se acalma. Espero que continuem tendo esse tratamento de dignidade ao trabalho deles. Eu, como parlamentar, pretendo continuar dando assistência a essas pessoas.”
Kicis ainda disse acreditar em políticas públicas que melhorem as condições de trabalho dos catadores e comparou a situação do Brasil com a de países desenvolvidos. “Uma coisa não exclui a outra. Ela realmente é uma catadora, criada nesse meio, nasceu nesse meio. Os catadores no Distrito Federal já trabalharam no maior lixão a céu aberto da América Latina, era uma coisa muito triste”, relembrou. “Eu não vejo problema nenhum na pessoa ser catadora e continuar sendo, o que precisa é dar condições dignas de trabalho. No mundo você tem catadores em países desenvolvidos, recicladores. É preciso, alguém tem que trabalhar com o lixo, isso é uma realidade”, concluiu.
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