Brasileiro infiltrado em cartel de Pablo Escobar revela segredos e elogia “Narcos”

  • Por Jovem Pan
  • 19/01/2016 13h04
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Divulgação <p>Agente conviveu de perto com grupo de traficantes colombianos liderados por Escobar</p>

Com a estreia de “Narcos” no fim do ano passado, as discussões em torno da vida do colombiano Pablo Escobar voltaram à tona e despertaram a curiosidade do público.

Uma das pessoas que tiveram contato muito próximo com o traficante foi o brasileiro Francisco Carlos Garisto, que era agente da polícia federal e teve a arriscada missão de se infiltrar em um Cartel de Medellin por dois anos, como vendedor de éter e acetona.

“Isso foi feito em uma época em que nós tínhamos grandes problemas, a PF não tinha equipamentos e nem as condições dos dias de hoje. Nem documento falso eu tinha. É uma coisa muito complicada, porque você não tem apoio, não tem proteção, é você e Deus, se você acreditar, se não, você fica sem nada. E era proibido por lei, tanto que quando fizemos as invasões nos laboratórios, eu tinha que fugir, porque a justiça classificava como ‘flagrante preparado’”, contou em entrevista ao Morning Show nesta terça-feira (19).

No trabalho ilegal, ele vendeu os produtos para alguns dos traficantes mais famosos como George Jung, do “Profissão de Risco” de Johnny Deep, e Barata, que figura entre os personagens principais em “Narcos”, ao fugir de um fuzilamento no Chile e quando, já na Colômbia, é o responsável por incentivar Escobar a sair do comércio de maconha para o bem mais lucrativo mercado de cocaína.

“Quando eu assisti na TV, fiquei impressionado, porque fiz parte disso e o Barata era meu companheiro de trabalho, vamos dizer assim, porque ele era o responsável pelo laboratório do Pablo Escobar e foi ele que o colocou neste patamar de distribuição. Então, para mim, assistir esse filme foi muito interessante. Pablo era uma figura impar. E o Padilha foi muito feliz nisso. Eu, que o conheci pessoalmente, ver o Wagner Moura realmente é impressionante”.

Sobre a convivência com os traficantes, ele revela não ter tido medo, mas que em determinado momento, se dividido pela dualidade do personagem que Pablo representava.

“Por incrível que possa parecer, você vai criando, eu como polícia, ele como bandido, uma figura de respeito, ele sabia se importar, controlar aquela coisa toda. Tinha milhares de pessoas trabalhando para ele, políticos, policiais, então era muito complicado, porque você acabava gostando muito dele, e isso não pode acontecer porque você acaba se confundindo todo”, relembrou.

Nos anos seguintes, Garisto ainda cuidou da segurança pessoal de três presidentes dos Estados Unidos, do Papa João Paulo Segundo e até mesmo de Lady Di e Príncipe Charles. Hoje ele se dedica à assessoria de segurança de grandes eventos.

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