Deputado Daniel Silveira classifica máscara como ‘focinheira ideológica’ e gera polêmica
Em entrevista ao Morning Show, deputado bolsonarista causou discussão por afirmar que não acredita na eficácia do dispositivo; veja o vídeo
A efetividade das máscaras contra a disseminação da Covid-19 tornou-se alvo de polêmicas e discussão nesta terça-feira, 2. O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), que foi barrado de um voo na última semana por recusar-se a usar máscara – item obrigatório a todos os passageiros, afirmou desacreditar da eficácia do dispositivo em entrevista ao programa Morning Show, da Jovem Pan. “Não acredito na eficácia da máscara. Todo mundo já ouviu falar sobre análise comportamental em massa e engenharia social, ambos os termos reforçam que a população acredita, sem raciocinar, nas informações que chegam a todo tempo, por todos os lados. Não nos dão alternativa de pensar diferente ou questionar, somos bombardeados por um suposto consenso científico. Desta forma, seguimos as verdades que nos obrigam a seguir. Eu não nego a existência do vírus e sua letalidade, mas nego a eficácia da máscara e a maneira exagerada como as autoridades abordaram a doença, utilizando o medo como adubo social”, disse o deputado bolsonarista.
Lembrando o episódio em que não pôde viajar por contestar o uso da máscara, Daniel Silveira classificou o item como “focinheira ideológica”. “Tinha recomendação médica para não precisar usar a máscara. Não uso porque tenho dores de cabeça quando permaneço com ela por um tempo prolongado e odeio essa focinheira ideológica. Não há problema em usá-la se você acredita que funciona, mas não adianta forçar o outro a utilizar”. O clima no programa esquentou com a resposta do comentarista Joel Pinheiro ao parlamentar, que reforçou que a eficácia da máscara configura um consenso dentro da comunidade científica.
“O deputado defende essa questão apenas em nome de uma ideologia política. Para ele, não importa se existem estudos que comprovem sua efetividade. O deputado não é um cientista da área, não está se debruçando sobre a literatura médica ou estudando o tema. Está apenas cumprindo o compromisso político que determina sua crença. O lado político da situação deve ser debatido porque um grupo da população escolheu adotar posições ultra sectárias como princípio, mesmo que elas não possuam embasamento científico. A negação, as teses falsas levantadas acerca das vacinas, da máscara e da própria pandemia ganharam força com Trump e Bolsonaro“, concluiu o economista. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente, o uso correto de máscaras e o distanciamento social estão entre as principais formas de evitar a propagação do novo coronavírus.
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