Eduardo Leite elogia reforma tributária, mas vê politização do tema: ‘Tópico da cesta básica é questionável’
‘Você não tem que beneficiar o item, você tem que beneficiar as pessoas’, argumentou o político sobre a cesta básica em entrevista ao Morning Show
Nesta sexta-feira, 7, o programa Morning Show recebeu o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Em entrevista, ele elogiou a aprovação da reforma tributária, mas afirmou ter discordâncias com pontos do projeto. “Tem muitas manifestações de várias frentes e setores econômicos que se mobilizam em torno de seus interesses, municípios e Estados. Para a gente conseguir migrar para o modelo racional, todo mundo vai precisar abrir mão de fato de uma parte da sua autonomia. A absoluta autonomia ou a total autonomia significa ter 27 Estados e o Distrito Federal com suas normas e regimes especiais, 5 mil municípios também que geram essa situação anacrônica desse chamado manicômio tributário”, disse. “Essas questões das unidades, a gente vai conseguir fazer alguns avanços. Do ponto de vista global, é um passo importante que se dá. Tenho divergências com alguns pontos, mas no atacado é uma reforma positiva. Continuo exercendo a oposição, discordo do governo na maneira que conduz o país, tem que se avançar em privatização e concessões. Não significa que a gente não pode sentar e conversar onde tiver retrocessos. [A oposição] tem que ser feita com mais capacidade técnica”, acrescentou.
Leite ainda questionou a medida mais popular usada pela base governista para a aprovação, que é a possível queda dos preços de produtos de cesta básica, com base na isenção de impostos. “O texto final até prevê a isenção do imposto para itens de uma cesta básica que vai ser estabelecida nacionalmente, é até questionável. Você não tem que beneficiar o item, você tem que beneficiar as pessoas. Quando você beneficia o item, quem não tem recursos vai deixar de pagar os impostos, mas quem tem também vai deixar de pagar”, argumentou. “O tema da cesta básica é usado muito mais politicamente que do ponto de vista técnico. Do ponto de vista da política da tributação, o adequado seria tributar da mesma forma e colocar o recurso na mão de quem precisa para poder acessar”, concluiu.
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