Ana Paula Henkel: ‘Desde o 1º dia de governo vemos uma clara perseguição do STF a Bolsonaro’
‘Maior instabilidade que existe hoje no Brasil nem é mais a econômica, é a jurídica’, afirma a comentarista; Corte suspendeu inquérito que investiga a suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal
“A maior instabilidade que existe hoje no Brasil nem é mais a econômica, é a jurídica”, afirmou a comentarista Ana Paula Henkel, convidada do programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, nesta quinta-feira, 17. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio de Mello, disse hoje que adiará o depoimento do presidente Jair Bolsonaro à Polícia Federal sobre o processo que investiga a suposta interferência dele na corporação. À Jovem Pan, o ministro afirmou que irá “congelar” o processo até a Corte julgar o pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) para que o depoimento do presidente seja por escrito, conforme protocolado nessa quarta-feira, 16. “Desde o 1º dia do governo Bolsonaro vemos uma clara perseguição a Bolsonaro e ao Poder Executivo. O Judiciário tentando colocar dedos no Executivo, o que traz essa instabilidade jurídica”, apontou Ana Paula.
“Há uma interferência do STF em absolutamente tudo no País. Infelizmente nós temos na Corte onze Constituições, isso traz uma instabilidade jurídica muito grande porque não sabemos qual Constituição estará em vigor, depende do ministro que está tocando algum inquérito ou processo”, afirmou a ex-jogadora de vôlei. “O papel da Corte nos próximos dois anos, até as novas eleições, é tentar acalmar as animosidades e deixar o País colocar óleo nas engrenagens que estavam enferrujadas durante o governo petista, quando havia muita corrupção. Precisamos deixar o governo trabalhar em paz e ficar cada macaco no seu galho. Os ministros deviam colocar a mão na consciência e pensar que o que eles fazem só traz mais problemas para um campo que já está muito minado no Brasil”, continuou Ana Paula.
Na última semana, o ministro Celso de Mello negou que o presidente realizasse o depoimento de forma escrita. “Não sou adepto da autofagia, não cassarei o ato do meu colega. Mas congelarei tudo e levarei ao plenário”, disse Marco Aurélio. O caso de Bolsonaro foi encaminhado para o gabinete dele nesta quinta-feira, 17, devido ao afastamento de Celso de Mello, o relator original, por licença médica até 26 de setembro. Na opinião de Ana Paula, o STF poderia receber o depoimento de Bolsonaro por escrito e esquecer as deferências do decano da Corte. “Agora o momento é de se preocupar um pouco com a animosidade social que esses movimentos políticos do STF trazem ao brasil. Precisamos de paz e tranquilidade para passar as reformas”, finalizou.
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