Ana Paula Henkel: ‘Mensagem de Trump foi de um líder, mas será empurrada a imagem de ditador’

Capitólio dos EUA foi invadido por apoiadores do presidente durante certificação da vitória de Joe Biden; Trump publicou vídeo pedindo ‘paz’

  • Por Jovem Pan
  • 06/01/2021 23h55
EFE/EPA/MICHAEL REYNOLDS Invasores do Capitólio Apoiadores de Trump invadiram o Congresso

O Capitólio dos Estados Unidos foi invadido nesta quarta-feira, 6, por apoiadores do presidente Donald Trump durante o processo de certificação da vitória de Joe Biden, que assume o cargo no dia 20 de janeiro. Os manifestantes entraram em confronto com a polícia, houve quebra-quebra e já há a confirmação de uma mulher morta com um tiro e cerca de 20 pessoas presas. Durante o conflito, Trump divulgou um vídeo em suas redes sociais pedindo aos manifestantes para que saíssem do prédio e voltassem para casa “em paz”. O líder da Casa Branca, contudo, voltou a dizer, sem apresentar provas, que a eleição presidencial foi “fraudulenta”. “Eu conheço sua dor, tivemos uma eleição que foi roubada de nós, mas vocês tem que ir para casa agora. Precisamos ter paz. Precisamos ter lei e ordem”, disse o republicano. Para a comentarista Ana Paula Henkel, do programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, a mensagem foi “de um líder”.

“Sentimos o descontentamento de Trump, ao mesmo tempo que ele assume um tom de voz para acalmar as pessoas”, observou a ex-jogadora de vôlei, que mora nos EUA. Ela pontuou, ainda, que o Twitter censurou o vídeo, não deixando-o aberto a comentários nem compartilhamentos por conter “fake news”. Ana Paula comparou, também, o pronunciamento do republicano com os de outros líderes da esquerda durante as violências ocorridas nos protestos do Black Lives Matter e dos movimentos ANTIFA. “Quando presenciamos todos os protestos violentos e cidades sendo queimadas e deixadas às cinzas pelos integrantes do Black Lives Matter e pelos ANTIFA, não lembro de ter visto imediatamente políticos e líderes democratas indo para as suas redes sociais condenar os atos violentos. Agora, temos vários líderes republicanos condenando a violência e pedindo paz, dizendo que qualquer forma de violência é inaceitável”, afirmou.

Para a comentarista, no entanto, a narrativa que será vendida, sobretudo pela mídia, é a de que Trump é um “ditador contra a democracia”. “O que vamos ver é a narrativa sendo empurrada de que Trump quer romper com os laços da democracia americana, porque ele é um fascista, ditador, e não é bem assim. Há pessoas desacreditadas em um sistema eleitoral”, disse, citando as acusações de fraudes ocorridas durante as eleições presidenciais deste ano. Ana Paula condenou, ainda, as críticas ao republicano feitas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que escreveu em suas redes sociais que a invasão era instigada por extremistas e representava um “ato de desespero de uma corrente antidemocrática que perdeu as eleições”. “Esses personagens que temos no Brasil, como Maia, não são políticos e muito longe de serem líderes. São parasitas, personagens. Aqui a gente sempre deixa explícito a nossa condenação a qualquer tipo de violência, condenamos hoje e também os protestos do Black Lives Matter. Mas em momento algum vimos essas autoridades se posicionando durante o resto do ano, quando várias cidades americanas foram queimadas e estabelecimentos comerciais depredados”, finalizou.

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