Aprovação de lei para cultivo de maconha medicinal favorece narcotráfico, diz Eduardo Girão

Senador falou sobre o Projeto de Lei 399/2015, que trata da comercialização de produtos variados da cannabis sativa, e considerou como ‘lamentável’ o lobby de empresas a favor da maconha no Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 10/05/2021 20h01 - Atualizado em 10/05/2021 20h27
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O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) falou em entrevista ao programa “Os Pingos Nos Is”, da Jovem Pan, nesta segunda-feira, 10, sobre o avanço do Projeto de Lei 399/2015 na casa legislativa, que trata da comercialização de produtos variados da cannabis sativa, planta da maconha, para fins medicinais. Para Girão, é “lamentável” que “o lobby da maconha que atua nos bastidores do Congresso Nacional venha usar crianças com o mito de maconha medicinal”, algo que, segundo ele, não é comprovado cientificamente. As crianças às quais o Senador se refere são aquelas que têm problemas de epilepsia refratária e tratam a doença com o CBD, uma das 480 substâncias derivadas da planta. Segundo Girão, cerca de quatro mil delas são beneficiadas no país. “Não tem cabimento se aproveitar da dor dessas famílias e querer em um momento de pandemia como este passar a liberação da maconha no Brasil. Esse PL trata disso”, afirmou. O político disse que, em relação ao CBD, os parlamentares são a favor de que o remédio seja distribuído gratuitamente pelo SUS, mas frisou que o interesse da proposta “é se blindar com a imagem dos menores para comercializar a droga para uso recreativo”.

O senador acredita que a aprovação do projeto favoreceria o narcotráfico nacionalmente. Segundo ele, o forte lobby a favor da droga é patrocinado” por empresas canadenses que levam parlamentares ao exterior para conhecer instalações” e por parte da mídia. “O objetivo é transformar o Brasil no maior produtor e exportador de maconha do mundo. Não importa quantas gerações nós vamos perder com o consumo dessa droga, que causa evasão escolar, que potencializa a esquizofrenia”, disse. Para ele, esse é o momento de se discutir reformas administrativas e tributárias, assim como de ouvir a população que não aceita a liberação da droga. “As comunidades terapêuticas estão mostrando o estrago que a droga, mesmo proibida, faz. Você imagina a droga liberada: é como se você passasse um recibo para os jovens”, disse, afirmando que o intuito do lobby é “avançar em cima da juventude”.

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