Augusto Nunes sobre morte no Carrefour: ‘Jamais verei isso acontecer com um cliente da classe média’
‘É claro que há um componente racista e que o Brasil ainda ataca usando como critério as vestes, a aparência e a cor das pessoas’, afirmou o comentarista
O comentarista Augusto Nunes, do programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, repudiou nesta sexta-feira, 20, a violência de dois seguranças brancos contra João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, um homem negro que morreu após ser espancado nas dependências do supermercado Carrefour, no bairro Passo D’Areia, na zona norte de Porto Alegre. Para Augusto, “é claro que há um componente racista” e que o Brasil “ainda ataca usando como critério as vestes, a aparência e a cor” das pessoas.
O caso ocorreu na noite desta quinta-feira, 19. As imagens, que viralizaram nas redes sociais, mostram João Alberto levando socos e chutes de dois homens brancos que vestiam uma roupa preta e pertenciam a equipe de segurança do local. Ao lado dos dois, uma mulher acompanhava o espancamento e filmava. “Basta ver o começo do vídeo para perceber claramente que o segurança que deve desempenhar um papel de arma de defesa, que está à serviço da defesa dos consumidores, age como atacante. Vi hoje um pugilista que tinha tudo para ser profissional. No momento que começam a bater no fígado do homem já dominado, é o golpe que procede o nocaute. E o número de socos que dá em poucos segundos é coisa de profissional”, comentou. De acordo com o comentarista, só essa violência “já configuraria um homicídio”. “Esse tipo de ataque, a sequência de golpes na linha da cintura, jamais verei com um consumidor da classe média, mesmo que ele roube algum produto, o que não aconteceu hoje”, disse Augusto. Ele cobrou, ainda, que os autores sejam punidos “por uma tentativa de homicídio que acabou se consumando”.
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