Bolsonaro justifica falas de ministros em reunião: ‘Momento reservado’
Na ocasião, Weintraub disse que ‘colocaria integrantes do STF na cadeia’ e Salles defendeu ‘passar a boiada’
Em entrevista exclusiva ao programa Os Pingos nos Is nesta quinta-feira (28), o presidente Jair Bolsonaro justificou as falas ditas pelos ministros durante a reunião do dia 22 de abril. Algumas, inclusive, resultaram na abertura de inquéritos, como no caso do ministro da Educação, Abraham Weintraub, intimado a depor na Polícia Federal.
“O ministro da Educação jamais falaria aquilo em uma entrevista. Ele extrapolou ali, mas é relevável, era uma reunião reservada. O Salles [ministro do Meio Ambiente] também não se expressaria assim normalmente“, destacou. Na ocasião, Weintraub disse que, por ele, “colocaria os ministros do STF na cadeia”.
Já Ricardo Salles defendeu “passar a boiada”, o que foi interpretado como um “afrouxamento” da legislação ambiental. Posteriormente, ele explicou que estava falando em “simplificação”.
A oitiva de Weintraub foi determinada pelo ministro da Corte Alexandre de Moraes. Sobre isso, Bolsonaro afirmou que “realmente não entende algumas ações do Supremo” e comemorou não ter destruído a gravação do vídeo do encontro. “Quase todas [as reuniões] eram gravadas e essa estava no caminho de ser destruída, quando o Moro falou que tinha uma prova. Que bom que eu não destruí, senão diriam que eu destruí provas. Entreguei com dor no coração”, disse.
Centrão
Ao ser questionado sobre a sua recente aliança com partidos e parlamentares do Centrão, o presidente explicou que está “buscando diálogo” para criar uma “agenda positiva para o Brasil”. Além disso, admitiu que alguns querem cargos, mas que em nenhum momento “foi pedido ou oferecido ministérios”.
“A imprensa sempre disse que eu não tinha diálogo e governabilidade, e há dois meses decidi começar a conversar com os partidos de Centrão também, para ter uma agenda positiva para o Brasil”, argumentou.
Bolsonaro ainda destacou que é preciso “somar todas as forças” para derrubar o Partido dos Trabalhadores (PT), que “é muito forte”. “Prefiro deputados desses partidos [Centrão] do que PT, PSOL, PCdoB. O apoio é bem vindo, isso tem ajudado, prestigiado”, disse.
O presidente tem sido acusado de distribuir cargos para parlamentares destas legendas. Além disso, é alvo de críticas por, no passado, ter desaprovado o Centrão.
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