‘Câmara e Senado viraram vassalos do STF’, diz Marcel Van Hattem

Deputado afirma que recebeu ‘com preocupação’ a votação da Corte sobre a reeleição de Maia e Alcolumbre: ‘Há dependência do Poder Legislativo sob o Poder Judiciário no nosso País’

  • Por Jovem Pan
  • 07/12/2020 20h31 - Atualizado em 07/12/2020 20h45
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Reprodução/Facebook Na última eleição para a presidência da Câmara, Van Hattem concorreu e recebeu 23 votos

O deputado federal Marcel van Hattem (Novo) disse que recebeu “com preocupação” a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de barrar a reeleição dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado por 7 a 4 e 6 a 5, respectivamente. Segundo ele, a ação é contrária à Constituição Federal e, por isso, deveria ter sido rejeitada por unanimidade, ou nem “ser apreciada pelo STF”. Em entrevista ao programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, nesta segunda-feira, 7, Van Hattem declarou que “é lamentável o que está acontecendo” e que a Câmara e o Senado “viraram vassalos” da Corte. “Tirar o poder do Parlamento e passar para o STF é uma diminuição das Casas Legislativas. Não há independência entre os Poderes, há dependência do Poder Legislativo sob o Poder Judiciário no nosso País”, destacou o deputado.

Davi Alcolumbre vinha há meses se articulando para buscar um novo mandato à frente do Senado. Rodrigo Maia, porém, disse mais de uma vez que “não pretendia se candidatar à reeleição”. De acordo com Van Hattem, houve uma dubiedade entre o discurso e a prática de Maia. “Fiz uma cobrança forte na tribuna na semana passada sobre o Maia falando que era contra esse tipo de golpe. Alcolumbre trabalhava por isso, Maia ainda disfarçou. Mas nos bastidores estavam falando que ele tentaria uma nova eleição caso o STF aprovasse”. Para o parlamentar, se os presidentes das Casas queriam essa alteração, deveriam ter ido pedir ao colégio de líderes. Van Hattem questionou, ainda, os votos dos ministros, feitos, segundo ele, “por conchavos políticos e pressão popular”. “Teve ministro dizendo que mudou o voto por pressão popular no final de semana. Estou contente porque a pressão popular deu certo, porque não queríamos a Constituição rasgada, mas fico triste por saber que os ministros votam assim. Onde está a independência na hora de julgar? E o respeito àquilo que diz a Constituição, está em segundo plano? Valem mais as conveniências políticas e pressões, de onde quer que elas venham?”, perguntou.

Eleições na Câmara e no Senado

A bancada do Progressistas (PP) na Câmara dos Deputados e o diretório nacional do partido oficializaram o nome do deputado Arthur Lira (PP-AL) como candidato da sigla à Presidência da Casa. O bloco conduzido por Rodrigo Maia conta, hoje, com o apoio do DEM, MDB, PSDB, PV e Cidadania. Na Câmara, parlamentares ouvidos pela Jovem Pan apostam em uma polarização entre o candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro e aquele que receberá a benção de Maia. Van Hattem e o Novo, porém, não pretendem apoiar nenhum dos dois, e querem lançar uma nova candidatura independente. Na última eleição, o próprio deputado concorreu, e recebeu 23 votos. Maia ganhou 344. “Não sei será a minha, nem sei se será do partido Novo. Mas queríamos alguém que colocasse para a votação projetos importantes para o Brasil, como a prisão após segunda instância, a reforma administrativa, as privatizações, além da redução do número de comissões e gastos desnecessários da Câmara. Hoje, entre os que estão cotados, ninguém nos agrada inteiramente”, afirmou o parlamentar.

Assista ao programa na íntegra:

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