Constantino: Adoraria botar no currículo que sou investigado por um vagabundo como Renan Calheiros

Momento em que senadores abandonam CPI da Covid-19 enquanto médicos falavam em tratamento precoce foi debatido no programa ‘Os Pingos Nos Is’ desta sexta-feira, 18

  • Por Jovem Pan
  • 18/06/2021 20h12 - Atualizado em 18/06/2021 21h16
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado senador renan calheiros falando, com a mão levantada, em frente a um microfone. Ele é branco, tem cabelos grisalhos e usa óculos. Relator da comissão, Renan Calheiros, e outros senadores do chamado “G7”, abandonaram a sessão e se negaram a fazer perguntas aos médicos

A CPI da Covid-19 ouviu nesta sexta-feira, 18, o depoimento de dois médicos defensores do tratamento precoce contra a doença: Ricardo Ariel Zimerman e Francisco Cardoso Alves. O relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), e outros senadores do chamado “G7”, abandonaram a sessão e se negaram a fazer perguntas aos médicos. O infectologista Zimerman reiterou que os médicos têm autonomia garantida. “Nós fazemos isso com base na nossa autonomia, na prescrição de medicações off label que nos é garantida. Quem garante nossa prática está nos defendendo e nos permitindo que neste momento de extrema coerção que alguns colegas estão sofrendo, a gente ainda possa tratar nossa população”, afirmou o médico, mostrando documentos com ensaios clínicos usando ivermectina. Pedindo a palavra, o presidente da sessão, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que a crítica deles não é a médicos, e sim a “não médicos” que falam sobre os medicamentos sem saber dosagem ou qualquer outra informação. “Não fomos nós que politizamos a questão da cloroquina ou de qualquer medicamento, não foi politizado pela CPI”, disse.

Comentarista convidado do programa “Os Pingos Nos Is”, da Jovem Pan, nesta sexta-feira, 18, Rodrigo Constantino classificou o momento atual da CPI da Covid-19 como uma inversão de valores jamais vista. “É uma CPI circense, começou com um objetivo muito bem definido, com a mãozinha suprema para tentar criar um palanque eleitoral para o gabinete paralelo do lulismo e desgastar o presidente Jair Bolsonaro”, opinou. Ele afirmou que a sessão desta sexta venceu a concorrência acirrada de momentos patéticos da comissão e fez com que as máscaras que restavam caíssem, mostrando que “vagabundos” tratam como criminosos pessoas sérias e dão palanque para aqueles que não têm sequer um estudo publicado e se vendem como especialistas. “Hoje a CPI mostrou que sequer escuta o outro lado”, opinou. O comentarista disse que as falas de Calheiros comparando o debate com o “terraplanismo” mostram que os senadores não estão abertos à ciência. “Cansou a paciência de todo mundo, mas hoje mostrou que o relator não quer ouvir o outro lado, que está tudo pronto já na largada e isso tem que ser encerrado urgentemente, porque o país tem que mostrar alguma seriedade diante deste espetáculo medonho. Sobre tornar 14 membros convocados até então como testemunha investigados, a única coisa que eu vou dizer, para finalizar de forma muito breve, é a seguinte: eu sinto uma certa inveja deles. Eu adoraria poder botar no meu currículo que eu sou um investigado por um vagabundo como Renan Calheiros.”

Confira o programa “Os Pingos Nos Is” desta sexta-feira, 18, na íntegra:

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