Constantino: ‘Não há provas de que lockdown evitaria a situação de Manaus’
Estado do Amazonas enfrenta o colapso do sistema de saúde por conta do aumento do número de casos de coronavírus e falta de oxigênio: ‘Situação calamitosa estrutural’, afirma o comentarista
O estado do Amazonas enfrenta o colapso do sistema de saúde por conta do aumento do número de casos de coronavírus e sofre com cemitérios lotados e falta de leitos e oxigênio nas unidades hospitalares. Na tarde desta quinta-feira, 14, o governador Wilson Lima (PSC) e membros do comitê de enfrentamento à Covid-19 anunciaram um decreto que proíbe a circulação de pessoas na capital, Manaus, entre 19h e 6h, como forma de conter o contágio. Além disso, o estado esteve envolvido em uma série de casos de corrupção com recursos para combater a pandemia, como a compra de 29 ventiladores pulmonares considerados “inadequados”, feita pelo governo em abril de 2020 em uma loja de vinhos, por um valor quatro vezes acima do preço de mercado dos aparelhos na época. Para o comentarista Rodrigo Constantino, do programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, a situação não está sendo tratada com a seriedade que merece. Segundo ele, em vez de “estarmos procurando denominadores comuns”, as pessoas estão “apelando para uma demagogia barata por puro interesse político”.
“Não bastasse a tristeza de ver o quadro, acrescenta insulto à injúria termos que ver a reação de tanta gente oportunista nas redes sociais. A politização dessa pandemia é a coisa mais abjeta que eu já vi na minha vida. Era um momento que deveríamos estar preocupados em achar denominadores comuns e estão apelando para uma demagogia barata por puro interesse político. Em vez de jogarem os holofotes para a questão da corrupção, estão chamando o presidente e o ministro da Saúde de genocidas”, disse Constantino. Ele criticou, ainda, as pessoas que condenaram a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) por ter aplaudido o fim do lockdown.
“Em primeiro lugar, queria prestar solidariedade, é uma situação muito triste e lamentável. Mas, para você ter uma implosão do sistema de saúde do Amazonas, não é preciso uma pandemia. A pandemia apenas explicita, torna visível, porque temos poucas UTIs, o próprio prefeito ou governador quando ficam doentes se tratam em outro hospital, é uma situação calamitosa estrutural. Não tem como garantir que se tivesse lockdown em Manaus ainda isso seria evitado, porque na Argentina não adiantou. Não há provas de que o lockdown evita ou evitaria uma situação parecida em Manaus ou qualquer lugar que seja. Pegar os depoimentos de Bia Kicis e falar que ela é responsável pela situação por ter aplaudido o fim do lockdown […] Estamos lidando com uma canalhice que nunca vi na história, e olha que há muito canalha na política”, finalizou Constantino.
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