Após relatos de falta de oxigênio, cilindros enviados pela FAB são distribuídos em hospitais de Manaus

O governador do Estado, Wilson Lima, agradeceu o envio dos insumos, mas ressaltou que quantidade não supre necessidade diária; empresa responsável pelo fornecimento estuda importar material da Venezuela

  • Por André Siqueira
  • 14/01/2021 19h27 - Atualizado em 14/01/2021 20h24
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Reprodução/Agência Força Aérea - 13/01/2021 FAB Oito toneladas de insumos foram enviadas pela FAB na tarde desta quarta-feira, 13

Para enfrentar o colapso do sistema de saúde no Amazonas, a Força Aérea Brasileira (FAB) enviou oito toneladas de equipamentos para Manaus na tarde desta quarta-feira, 13. A aeronave KC-390 Millennium decolou da base aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, às 16h10, e pousou às 21h na Ala 8. Entre os materiais enviados estão cinco mil metros cúbicos de oxigênio, macas, camas e demais utensílios utilizados no atendimento a pacientes infectados com o novo coronavírus. A Jovem Pan apurou que os insumos foram distribuídos ao longo da tarde desta quinta-feira, 14, no mesmo dia em que funcionários de hospitais e familiares de pacientes relataram falta de oxigênio em unidades de atendimento.

A missão de amparo da FAB foi iniciada no dia 8 e vai se estender até este domingo, 17. A expectativa é que 386 cilindros de oxigênio sejam enviados ao estado até o final da semana. Em entrevista à Jovem Pan, o governador do Estado, Wilson Lima (PSC), deu detalhes sobre a situação da rede hospitalar, agradeceu o suporte do governo federal, mas ressaltou que a quantidade de oxigênio enviada não supre as necessidades do Estado. “Amazonas recebeu uma carga com seis isotanques, cinco mil metros cúbicos de oxigênio. É uma ajuda bem-vinda, mas nossa necessidade diária é de 75 mil metros cúbicos”, disse à reportagem. O diagnóstico de escassez já havia sido feito mais cedo pelo secretário de Atenção Especializada à Saúde, coronel Luiz Otávio Franco Duarte, em coletiva de imprensa, que contou com a participação de membros do comitê de enfrentamento à Covid-19 no Amazonas. Segundo Franco Duarte, o consumo diário de oxigênio do estado é de 76.500 metros cúbicos, enquanto a produção da White Martins, empresa responsável pelo fornecimento, é de 28.200 metros cúbicos.

Empresa vai trazer oxigênio da Venezuela

Em nota, a White Martins afirma que “tem mobilizado todos os esforços para suprir a demanda exponencial de oxigênio, que já aumentou cinco vezes nos últimos 15 dias, alcançando um volume de 70 mil metros cúbicos por dia”. “Esse consumo equivale a quase o triplo da capacidade nominal de produção da unidade local da White Martins em Manaus (25 mil m3/dia) e segue crescendo fora de controle e qualquer previsibilidade”, diz a empresa. Para abastecer as unidades de saúde, a companhia diz que atua para viabilizar a importação de oxigênio da Venezuela. “A White Martins já identificou a disponibilidade de oxigênio em suas operações na Venezuela e neste momento está atuando para viabilizar a importação do produto para a região”, diz o comunicado. Também em nota, a FAB afirmou que a missão de suporte à situação de Manaus “marca o início de uma nova fase de combate a Covid-19 no ano de 2021”. “É um orgulho poder ombrear com militares e civis num esforço conjunto de combate à pandemia. Esperamos que, muito em breve, estejamos todos celebrando o fim desses infortúnios”, disse o Major Aviador Flavio Diniz Pereira, comandante da aeronave que enviou os insumos para a capital do estado.

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