Coronel Tadeu afirma que esquerda manipula debate sobre armas

Deputado do PSL diz que Brasil tem um dos controles mais rígidos do mundo, mas oposição quer fazer população achar que o governo pretende mandar pistolas pelos Correios

  • Por Jovem Pan
  • 15/02/2021 20h26
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Luis Macedo/Câmara dos Deputados - 12/02/2020 Destinada à deliberação dos vetos. Dep. Coronel Tadeu (PSL - SP) O deputado Coronel Tadeu, do PSL, foi entrevistado pelo "Os Pingos nos Is" nesta segunda-feira, 15

O programa “Os Pingos nos Is” desta segunda-feira, 15, entrevistou o deputado federal Coronel Tadeu (PSL-SP) para repercutir os decretos assinados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que flexibilizaram a compra de armas e munições. Entre outras mudanças, autoriza que uma pessoa porte duas armas ao mesmo tempo, aumenta de quatro para seis o número de armas permitidas para defesa pessoal e permite que colecionadores comprem armamentos com mais de 40 anos de fabricação. Os partidos de posição e alguns movimentos desarmamentistas fizeram duras críticas ao governo federal e prometeram contestar a decisão presidencial no Supremo Tribunal Federal (STF). Para Tadeu, uma grita injustificada e maldosa. O parlamentar afirma que o Brasil tem um dos controles mais rigorosos do mundo e destaca que a medida beneficiará os chamados CACs (colecionadores, atiradores e caçadores), mas não necessariamente fará com que todos os brasileiros andem na rua com um revólver na cintura. “Lutamos pela desburocratização, as regras se mantêm”, disse.

“Normalmente, a esquerda quer manipular a mente das pessoas dizendo que o governo vai mandar armas pelos Correios para todo o mundo. Isso é uma besteira, uma estupidez, uma retórica cheia de mentiras. O Brasil é um dos países mais rigorosos no controle. E controla mesmo, por meio de dois grandes sistemas: o Sinarm (Sistema Nacional de Armas) e o Sigma (Sistema de Gerenciamento Militar de Armas). O Sinarm controla aquelas armas compradas no varejo. A pessoa que se interessa por uma arma e tem que enfrentar uma burocracia tremenda. Uma pistola glock no calibre 380 ou no calibre .40, nos Estados Unidos, você compra ela por US$ 1.300 (aproximadamente R$ 6.982), possivelmente. Aqui no Brasil, você não consegue comprá-la por menos de R$ 10 mil. Além disso, você passa por um processo de treinamento em clubes de tiro credenciados pelo Exército ou pela Polícia Federal e ainda faz um teste psicológico”, disse Coronel Tadeu.

O policial militar acredita que a população brasileira não está preparada não está preparada para o acesso irrestrito a pistolas, revólveres e fuzis. “A arma é um equipamento letal, assim como carro e motocicleta. Esses três itens matam muito no Brasil, é só avaliar as estatísticas. Essa é a minha preocupação como instrutor de tiro. Durante 30 anos na corporação [da Polícia Militar], em pelo menos 20 eu participei como instrutor de tiro. Não só dei aula dentro da corporação, também fui para o lado de fora dos quartéis e dei muita instrução para as pessoas. E a principal recomendação era: ‘Se você não está preparado para pegar em uma arma. não pegue’. Ninguém dá a chave de um carro para uma criança. Ninguém entrega a senha de um helicóptero para qualquer pessoa. E ninguém vai entregar uma arma na mão de quem não sabe utilizá-la.”, pontuou. “Quando se faz a liberação de alguns itens que travavam a burocracia, não significa a permissão para todo o mundo ter uma arma. ”

O deputado do PSL lembra que a desburocratização “foi uma promessa de campanha”. E acredita que, além de beneficiar pessoas aptas a portar um revólver ou um pistola, a medida trará benefícios à economia. “Em 2018, tínhamos uma burocracia muito grande para que caçadores, atiradores e colecionadores pudessem ter suas armas e comprar os insumos. Antes de mais nada, a prática do tiro é um hobby. Hoje nós temos, no estado de São Paulo, algo aproximado em 140 mil CACs, que é a sigla para caçador, atirador e colecionador. E no Brasil todo cerca de 270 mil. É um esporte caro. Quem quiser praticar, precisa preparar o bolso, porque as despesas acabam sendo altas, como se fosse praticar kart, automobilismo ou equitação. Essas medidas vêm desburocratizar e facilitar a vida desses atiradores que aos finais de semana vão aos clubes de tiro para aliviar o estresse”

Assista ao programa desta segunda-feira, 15, na íntegra:

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