Damares vai pedir que PF investigue quem passou dados de menina estuprada para Sara Winter

Militante teve sua conta suspensa pelo YouTube, onde divulgou o nome da criança e o hospital em que ela estava internada; governo não sabe como ela teve acesso as informações

  • Por Jovem Pan
  • 19/08/2020 20h04 - Atualizado em 20/08/2020 08h48
Marcelo Camargo/Agência Brasil damares Ministério Público do Espírito Santo pediu hoje que Sara Winter pague R$ 1,32 milhão por danos morais coletivos

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, vai pedir que a Polícia Federal investigue quem passou os dados da menina de 10 anos, que sofreu um aborto após ser estuprada pelo tio, para a militante bolsonarista Sara Giromini, conhecida como Sara Winter. A informação foi dada com exclusividade nesta quarta-feira, 19, pelo programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan. Sara teve sua conta suspensa pelo YouTube, onde divulgou o nome da criança e o hospital em que ela estava internada. Após a publicação, manifestantes contrários ao aborto protestaram do lado de fora do local. Grupos que defendiam a realização do procedimento também estiveram no local para prestar solidariedade à vítima.

Ministério Público do Espírito Santo (MPES) pediu hoje que Sara Winter pague R$ 1,32 milhão por danos morais coletivos. Nesta terça, o tio da criança foi preso em Betim, no estado de Minas Gerais, e confessou que cometia os abusos. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o suspeito também acusa o avô e outro tio de cometerem o mesmo crime. Na ação civil pública, a Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de São Mateus diz que Sara “teve acesso, de forma ilegal, a detalhes do caso de uma criança vítima de violência sexual que corre em segredo de justiça”.

“Além do acesso ilegal, Sara Winter veiculou vídeo nas redes sociais, por meio do perfil do Instagram, nomeado _sarawinter (Sara Winter), bem como na página do Twitter, divulgando expressamente o nome da criança e tornando público o endereço do hospital onde ela passaria por um procedimento de interrupção da gestação indesejada”, alegam os promotores. Segundo o MP, o objetivo da ação é para que “Sara Winter seja condenada a pagar uma indenização a título de dano moral coletivo”. O valor da causa de R$ 1,32 milhão deve ser revertido ao Fundo Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente.

Após realizar o procedimento de interrupção da gravidez em Pernambuco, a menina retornou ao Espírito Santo nesta quarta. A Secretaria de Estado de Direitos Humanos do Espírito Santo informou, em nota enviada à Jovem Pan, que está em contato com a “Secretaria Municipal de Assistência Social de São Mateus/ES, órgão responsável por acompanhar o caso, para se certificar de que foram adotadas todas as medidas necessárias para a proteção integral da criança, bem como contato com o Conselho Tutelar que atende o caso para buscar informações e fundamentações das ações realizadas”.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.