‘Democratas querem humilhar Trump e o que ele representa’, diz Constantino sobre impeachment

‘Partido de Joe Biden está fazendo uma caça às bruxas, uma perseguição para acabar de vez com o trumpismo’, afirma o comentarista; Ana Paula Henkel destaca que ‘é difícil’ que o processo siga no Senado

  • Por Jovem Pan
  • 13/01/2021 20h54
EFE/EPA/Chris Kleponis / POOL Donald Trump Todos os 222 congressistas democratas votaram a favor da medida, que recebeu o apoio adicional de dez republicanos

A uma semana do fim do mandato do presidente Donald Trump, a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos votou a favor do segundo processo de impeachment do republicano nesta quarta-feira, 13. Todos os 222 congressistas democratas foram favoráveis à medida, que recebeu o apoio adicional de dez republicanos. Dessa forma, o total de 232 votos a favor superou os 197 contra. O pedido de afastamento do presidente tem como base o argumento de que ele teria incitado a invasão dos seus apoiadores ao Capitólio no último dia 6, incidente que causou cinco mortes. Agora, o processo precisa ser aprovado também no Senado, onde necessita receber 67 votos de 100 parlamentares. Para o comentarista Rodrigo Constantino, do programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, o Partido Democrata, do atual presidente Joe Biden, “quer humilhar Donald Trump e o que ele representa para muita gente”.

“Ele tem uma pegada mais forte, politicamente incorreta, que pegou de assalto o Partido Republicano e a população em geral. Joe Biden disse que deve falar de união, mas eis o que o partido dele está fazendo, uma caça às bruxas, uma perseguição para acabar de vez com o que o Trump representa”, disse. Ele comparou, ainda, a gestão do norte-americano com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmando que ambos tem um discurso análogo, mas a diferença é que Trump teve apoio no Congresso, enquanto o brasileiro não tem base. “Trump conseguiu governar, entregar uma gestão de resultados. Mas esse clubinho [democratas] não quer saber disso, quer demonizar o Trump como a maior ameaça em um mundo que tem Venezuela e China”, pontuou. Constatino alertou, também, que o maior perigo no processo de impeachment, principalmente porque teve apoio de republicanos, é um racha entre a direita. “A esquerda sempre usou a estratégia de dividir para conquistar, e como tem muita gente quereno expurgar o trumpismo… Estão interessados nesse racha, e se isso acontecer, os democratas vão sambar sozinhos”, disse.

Ana Paula Henkel diz que ‘é difícil’ impeachment seguir no Senado

A também comentarista Ana Paula Henkel, que mora nos Estados Unidos, afirmou, no entanto, que é “difícil” que o impeachment prossiga no Senado. Segundo ela, uma das principais ameaças é, realmente, um racha no Partido Republicano. “Se Trump sair do Partido Republicano e levar essa base que tem, vai ser muito perigoso. Porque um racha e a fomentação de criação de um novo partido coloca os democratas em um cenário tranquilo para eleger políticos durante muito tempo”, disse a ex-jogadora de vôlei. Para ela, o impeachment aprovado pela Câmara é um “momento desafiador para a democracia americana”. “O impeachment virou uma banalidade na mão dos democratas nos últimos quatro anos, começou a ser usado como uma retórica banal. Nos últimos 200 anos, tivemos dois processos de impeachment e, nos últimos meses, os democratas empurraram dois”, observou Ana Paula.

Assista ao programa na íntegra:

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