Figueiredo afirma que decisões de Moraes sobre redes sociais de deputados confirmam ‘estado ditatorial que vivemos’

Comentaristas do programa Os Pingos Nos Is debateram sobre a liberação que o ministro Alexandre de Moraes concedeu aos parlamentares que encontravam-se com as redes sociais bloqueadas

  • Por Jovem Pan
  • 08/12/2022 19h35 - Atualizado em 08/12/2022 21h45
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Nelson Jr./ASCOM/TSE Alexandre de Moraes Ministro Alexandre de Moraes, membro do Supremo Tribunal Federal, também preside o Tribunal Superior Eleitoral

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, determinou nesta quinta-feira, a reativação das contas nas redes sociais de deputados federais. Entre os beneficiados estão o Major Victor Hugo, Coronel Tadeu, Gustavo Gayer, Nikolas Ferreira e Bia Kicis. As contas haviam sido bloqueadas no início de novembro por suposta divulgação de fake news contra as eleições. Na decisão que libera os parlamentares a voltarem às redes sociais, Moraes manteve proibida a divulgação de material contra o pleito e fixou multa de R$ 20 mil caso os donos dos perfis voltem a tratar do assunto. A determinação de Moraes atende a um pedido apresentado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que solicitou ao magistrado uma reconsideração da sua ordem de bloqueio das redes dos congressistas, “dada a relevância dessa forma de comunicação para o exercício pleno das atribuições do mandato parlamentar”. Moraes ressaltou que Lira posicionou-se de maneira favorável à condução do processo eleitoral brasileiro e pediu para que os deputados seguissem caminho semelhante. “Em relação a todas essas decisões — sem adentrar o mérito das mesmas —, o presidente da Câmara dos Deputados expõe, em síntese, que as eleições gerais de 2022 demonstram a solidez da democracia brasileira, das instituições do país e de seu povo. Coube a esse Tribunal Superior conduzir o pleito com serenidade e imparcialidade, de maneira a garantir o respeito à soberania popular”, disse Moraes.

Durante o programa Os Pingos dos Is, da Jovem Pan, o comentarista Paulo Figueiredo ressaltou que há uma distopia no país em que há pessoas comemorando o fato de que parlamentares podem falar nas suas redes sociais. “O absurdo da liberação é idêntico ao absurdo da proibição. Sinceramente, a opinião do Moraes sobre quem deveria usar as redes é menos relevante que a minha. Eu sou pago para dar a minha opinião. O Alexandre é pago para decidir a respeito das leis. E não tem nada na legislação que permita esse tipo de atitude”, considerou. Figueiredo também ressaltou a importância de Carla Zambelli no cenário político atual, já que a parlamentar foi a deputada mais votada do Brasil nas últimas eleições. “O que importa é a vontade dele [Moraes]. Bloquear alguém das redes sociais, no mundo de hoje, é a mesma coisa em amordaçar essa pessoa. No mundo de hoje, as pessoas se manifestam e se colocam pelas redes. Quem não está nas redes, desaparece. Deputado Nikolas, um fenômeno nas redes, estava desaparecido. Alguém estava ouvindo falar do Nikolas? Porque é o equivalente moderno a você desaparecer com o cara, jogá-lo num calabouço. É a mesma coisa”, pontuou.

Confira o programa desta quinta-feira, 8:

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