‘Há politização de questão técnica de ambos os lados’, diz Augusto Nunes sobre vacina chinesa

Anúncio de compra de vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan com tecnologia do laboratório chinês Sinovac provocou tensão entre governo federal, governo de SP e o Ministério da Saúde

  • Por Jovem Pan
  • 21/10/2020 20h46
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EFE/EPA/SIPHIWE SIBEKO Vacina: testes da Corovac mostram eficácia

Um dia após o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciar que o governo federal tinha a intenção de comprar 46 milhões de doses da Coronavac, vacina produzida pelo Instituto Butantan com tecnologia do laboratório chinês Sinovac, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira, 21, que decidiu não adquirir as doses. “O povo brasileiro não será cobaia de ninguém”, disse nas redes sociais. Para o comentarista Augusto Nunes, do programa Pingos nos Is, da Jovem Pan, as falas do presidente, do ministro da Saúde e do governador de São Paulo, João Doria, sobre o assunto, mostram que há uma “politização” de ambos os lados para uma questão técnica e econômica.

“A vacina foi prometida para dezembro, ficou para janeiro, talvez não fique pronta em janeiro e já estamos em uma guerra por causa disso. Não deve ser tratada ideologicamente essa questão. Essa questão é técnica. Se a vacina chinesa funcionar, ela pode ser usada. Se ela for eficaz, ela pode ser usada. Se não for, não é usada. Isso vale para todas”, pontuou. Ele disse também que até o momento não é possível saber qual vacina é eficaz contra a doença durante a fase de testes, que é extensa, e que a falta de comunicação dentro do governo pode ser prejudicial. “Já criamos uma crise que pode resultar na saída do ministro da saúde porque é colisão frontal. O governo precisa agir de forma mais coesa, com uma coordenação melhor”, afirmou.

O comentarista falou, ainda, que a comunidade internacional deveria considerar aplicar punições ao país oriental pelos danos causados nos Produtos Internos Brutos alheios. “Acho que a China tem que ser obrigada a pagar indenizações aos países atingidos, até porque está com o PIB em bom estado de saúde depois de ter provocado doenças profundas em todas as outras nações”, afirmou.

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