Ministro da CGU diz que painel de compras do governo dá ‘interpretação equivocada’ de gastos
Em entrevista exclusiva ao programa Os Pingos Nos Is, Wagner Rosário explicou que imprecisão do sistema que compila informações sobre alimentação do Executivo gerou distorções
O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, afirmou, nesta quinta-feira, 28, que o painel responsável por compilar as compras do governo federal cria uma “interpretação equivocada” dos gastos do Executivo. Em entrevista exclusiva ao programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, Rosário disse que a gestão do presidente Jair Bolsonaro tem sido mais criteriosa no gasto com o dinheiro público e explicou que uma falha do sistema inflacionou os valores relacionadas à alimentação do serviço público federal. Nesta semana, uma reportagem do site “Metrópoles” ganhou repercussão nas redes sociais por afirmar que, no ano de 2020, o Executivo gastou, entre outras coisas, cerca de R$ 15 milhões em leite condensado.
“O que houve foi um equívoco do painel. Ele entende que a despesa, que envolve vários itens, é a mesma despesa por cada item. Isso leva as pessoas a uma interpretação equivocada e pode levar aos números q foram gerados pela reportagem”, disse Wagner Rosário. “[No painel utilizado] A discriminação da despesa publica, em uma nota, só vai até o empenho. Por exemplo: 100 itens de café, 100 de leite condensado e 100 de leite. No pagamento isso não está especificado. O pagamento só mostra o valor total, que faz referência à nota fiscal desses produtos. Quando a repórter buscou as informações, o painel buscou as informações do pagamento e não sabia, dentro do pagamento, o que era cada um dos itens. Ele jogou o valor total da compra para cada item desse. Digamos que a compra total ficou em mil reais. Foram mil reais de leite condensado, mil de café. Por isso ela chegou ao valor de 15 milhões de reais em leite condensado. O presidente ordenou que fizéssemos um pente-fino, estamos cruzando os valores e temos certeza que [o valor gasto com leite condensado] não passa de 2,5 milhões de reais, sendo que o que é gasto pelas Forças Armadas não passa de 1,7 milhões de reais. Se o sistema busca uma informação errada, o resultado sai errado”, explicou o ministro.
Ainda segundo Wagner Rosário, considerando todo o efetivo das Forças Armadas, os R$ 2,5 milhões gastos com leite condensado resultam em um consumo de 1,3 latas de leite condensado por militar por ano. “Não vejo isso como nenhum tipo de problema”, resumiu. O ministro da CGU ressaltou, ainda, que o governo Bolsonaro vem diminuindo os gastos do dinheiro público. “Os gastos do governo têm caído por diversos motivos. Primeiro, porque os titulares dos Ministérios pasta vêm sendo mais criteriosos com os gastos. Além disso, os gastos discricionários estão sendo espremidos pelo gasto obrigatório. As reformas visam tirar essa pressão, mas o piso continua subindo, o que vai achatando os gastos”, disse.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.