‘Número muito suspeito’, diz Constantino sobre eficácia geral de 50,38% da CoronaVac

Para o comentarista, número é muito próximo do critério mínimo exigido pela Anvisa, de 50%: ‘Está muito claro que Doria não está do lado da ciência’

  • Por Jovem Pan
  • 12/01/2021 21h19
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WILLIAN MOREIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO CoronaVac é produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac

Instituto Butantan divulgou nesta terça-feira, 12, os dados completos sobre a eficácia da CoronaVac contra a Covid-19. Segundo revelado hoje e na última quinta-feira, 7, pelo governador João Doriaa vacina atingiu eficácia global de 50,38% para casos muito leves, 78% para leves e 100% para moderados ou graves. Para aprovar uma vacina, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) exige, no mínimo, 50% de eficácia. Em novembro, a Pfizer e a BioNTech anunciaram a conclusão da fase 3 dos testes clínicos da vacina e, segundo as empresas, o imunizante apresentou uma eficácia de 95% e não registrou efeitos colaterais graves. No mesmo mês, a Moderna relatou eficácia preliminar de 94,5%. No início de dezembro, a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e pela farmacêutica AstraZeneca apresentou uma eficácia média de 70,4% na fase 3. O comentarista Rodrigo Constantino, do programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, afirmou que o número divulgado pelo Butantan é “muito suspeito”, pois é muito próximo do critério da Anvisa.

“Tem muita gente que age como gado e aceita aquilo que vem de certas autoridades de forma passiva e sem críticas e sem fazer as perguntas. Tinha muita gente comemorando a maravilha da gestão Doria e do Butantan, mas no fim é a vacina mais cara e a menos eficaz”, disse o comentarista. Constantino criticou, ainda, as duas postergações na entrega dos documentos de fase 3 para a Anvisa, além do acordo de confiabilidade com a farmacêutica chinesa Sinovac, o que fez com que alguns dados não fossem disponibilizados ainda para a Agência. Segundo ele, outro problema é que, de uma amostra de quase 10 mil pessoas, houve apenas sete casos graves ou moderados, um número “insignificante”. “E eu penso em quem ficava falando que estudos com a cloroquina careciam do respaldo científico e eram inconclusivos. Agora temos estudo com sete casos graves e estão usando para dizer que a eficácia é 100%. Chega a ser uma piada mórbida e de mal gosto”, apontou.

De acordo com Constantino, a vacina foi “o ápice da politização do governador de São Paulo, João Doria, na pandemia”. “Criou uma narrativa que ele era o homem que ia salvar a ciência com essa grande cura, enquanto Bolsonaro era um genocida. A Anvisa foi colocada em uma situação delicada, porque só seria considerada imparcial e técnica se aprovasse a CoronaVac, um resultado lamentável”, afirmou. “A outra pergunta que deixo no ar: se a eficácia é cara ou coroa e você não sabe se está imunizado, vamos continuar com essa contagem mórbida? Ninguém sai de casa nunca mais? Precisamos parar com essa história e começar a debater a sério. Está muito claro já que Doria e as pessoas ao lado dele não estão do lado da ciência”, finalizou o comentarista.

Assista ao programa na íntegra:

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