‘Vivemos vários lockdowns durante todo o ano’, diz Ana Paula Henkel após protestos por flexibilizações em São Paulo

Todo o Estado entrará na fase vermelha do Plano São Paulo a partir das 0h deste sábado, 6; apenas serviços essenciais, como farmácias e mercados, poderão funcionar

  • Por Jovem Pan
  • 05/03/2021 20h09 - Atualizado em 05/03/2021 21h00
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Reprodução/ Jovem Pan Caminhoneiros manifestam contra Fase Vermelha em SP Protesto foi realizado na manhã desta sexta, 5, e interditou via da Marginal Tietê

Por ordem do governador João Doria (PSDB), todo o Estado de São Paulo entrará na fase vermelha do Plano São Paulo a partir das 0h deste sábado, 6. Com isso, apenas serviços essenciais, como farmácias e mercados, podem abrir com capacidade de atendimento reduzida. Restaurantes, bares, academias e outras atividades deverão ficar fechadas. Inicialmente, a medida valerá até o dia 19 de março, mas pode ser prolongada pelo governador. Descontentes com as medidas de restrição adotadas por Doria, manifestantes realizaram protestos. Durante o ato, que durou cinco horas, os participantes interditaram a via da Marginal Tietê no sentido da Rodovia Ayrton Senna. A Secretária de Desenvolvimento Econômico do governo de São Paulo, Patricia Ellen, afirmou que o governo não irá negociar flexibilizações nas medidas de endurecimento da quarentena. O presidente da Associação Nacional de Restaurantes, Cristiano Melles, disse que a volta à fase vermelha deve fazer com que mais restaurantes fechem as portas. “Vai ser uma sentença de morte para o setor”, declarou. Desde o início da pandemia, mais de 120 mil restaurantes encerraram suas atividades.

Durante sua participação no programa “Os Pingos nos Is”, da Jovem Pan, a comentarista Ana Paula Henkel disse que o discurso atual é o mesmo visto em março de 2020 e que medidas restritivas como o lockdown estão na nossa vida há um ano. “Nós estamos há um ano nesse abre e fecha e, lá em março de 2020, o discurso era exatamente esse: ‘Vamos fechar absolutamente tudo durante duas ou três semanas para achatar a curva. A curva nunca foi achatada, e durante todo o ano nós vivenciamos vários lockdowns, alguns mais severos do que outros. O lockdown não sai da nossa realidade faz um ano”, disse a comentarista. Além disso, Ana Paula também defendeu ações do governo que alinhem soluções envolvendo diversos aspectos, como a vacina, a economia e o tratamento precoce da Covid-19. “A gente não vê um empenho em soluções que alinham prevenção, que alinham o tratamento precoce, vacinas e o cuidado com a economia. Depois de um ano, parece que não aprendemos nada. Estamos há um ano na velha, burra e cega dicotomia: ‘Ou salva-vidas e tranca tudo ou salva a economia’. A gente tem que atacar todos os fronts, a gente tem que salvar vidas.”

Por fim, Ana Paula também defendeu que as “as medidas sanitárias da nova realidade” sejam colocadas em prática para evitar o aumento de casos de Covid-19. Segundo ela,  o “tranca tudo” não tem o efeito desejado. “A sensação que dá é que o ‘tranca tudo’ pode até baixar um pouco o número de contaminações. Mas aí, quando abre, sobem de novo. A gente precisa começar a discutir soluções que alinhem todos esses fronts, porque simplesmente trancar as pessoas e sufocar a economia não dá certo”, afirmou a comentarista, que também disse ser muito fácil “para quem tem a cozinha gourmet e o último aparelho de telefone” dizer para a população ficar em casa enquanto outras pessoas “precisam seguir os seus trabalhos de uma maneira diária”.

Assista ao programa na íntegra:

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