Constantino: Opositores atacam, demonizam e consideram Bolsonaro pior que o coronavírus
Para comentarista do programa ‘3 em 1’, demagogia em torno da pandemia faz com que opositores do presidente sejam ‘deixados para trás’ na preferência de voto para 2022
Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Paraná Pesquisas nesta sexta-feira, 5, mostra que o presidente Jair Bolsonaro lidera em todos os cenários de disputa pela Presidência da República em 2022. Em cinco dos eventuais cenários, o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro ocupa a segunda colocação em três, enquanto Lula e Fernando Haddad, do PT, iriam ao segundo turno em duas as simulações. Em todos os cenários, que incluem o ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta (DEM), o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), o ex-presidenciável Guilherme Boulos (PSOL), o governador de São Paulo, João Doria, e o do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), o apresentador Luciano Huck (Sem Partido) e o ex-presidenciável João Amoedo (Novo), Bolsonaro aparece com mais de 30% das intenções de votos. Em uma projeção com a candidatura de Lula, Bolsonaro lidera com 32,2%, seguido pelo candidato do PT, com 18%, Moro, com 11,6%, Ciro, com 8,7%, Doria, com 5,6%, Boulos, com 3,5% Amoedo com 3% e Mandetta com 1,4%. A pesquisa foi realizada com 2.080 eleitores de 26 estados e do Distrito Federal entre os dias 25 de fevereiro e 1º de março. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Rodrigo Constantino acredita que, além da pesquisa sinalizar que Bolsonaro tem cerca de ⅓ da população brasileira ao lado dele, os números do Instituto Paraná mostram que o Partido dos Trabalhadores tem uma base apoiadora que gira em torno de 20%. Ele lembra que ainda é cedo para desenhar cenários, mas garante que o que pode ser analisado até o momento é que a tática de opositores de Bolsonaro não está funcionando. “E por que isso? Porque eles estão de forma escancarada, ao meu ver e da população em geral, explorando a pandemia de uma maneira totalmente sensacionalista, demagógica”, pontuou. Ele citou a publicidade que o governador de São Paulo, João Doria, faz sobre os insumos recebidos contra a Covid-19 como um exemplo dessa demagogia, e falou que a população que apoia Jair Bolsonaro, mesmo com suas ressalvas à forma de governar do presidente, está de um lado, enquanto “do outro lado existe uma campanha difamatória de um bando de oportunista que parece querer a volta de um modelo fracassado e corrupto de gestão”. O comentarista acredita que eles “não são eleitos nem para síndico” do prédio em que moram, lembrou que grande parte dos opositores velados de Bolsonaro até o momento (como Mandetta e o próprio Doria) não somam juntos nem 10% das intenções de voto. “Por que isso? Exatamente por conta dessa visão que lá fora da bolha as pessoas têm de uma grande concertação para atacar, demonizar, considerar o presidente pior do que o vírus, responsável por todas as mortes”, afirmou.
Marc Sousa garante que, além de demonstrar uma falta de renovação de quadros na política brasileira, as altas intenções de voto no ex-presidente Lula demonstram que ele é o “macho alfa” do Partido dos Trabalhadores. “O PT não consegue se renovar, o PT ainda depende de Lula para conseguir votos”, afirmou. O comentarista discordou de Constantino quanto à base apoiadora do partido de esquerda e acredita que Lula é a única opção que permite a chegada do PT ao segundo turno. “O presidente vem sofrendo desgaste desde o início do governo por parte da mídia e por parte de setores de oposição do Congresso, esse derretimento dele deveria ter se intensificado durante a pandemia, porque a mídia continuou batendo, compara ele ao vírus, chegaram a dizer esses dias que todas as mortes são culpa do Bolsonaro, e mesmo assim ele tem esses 30, 33%, então é muito difícil que esse eleitor mude de opinião. Bolsonaro deve crescer na campanha em cima disso”, disse. Ele considera que, para quem se vendeu como “o pai da vacina”, o número de intenções de voto em João Doria é baixo e garante que o PSDB precisa se reencontrar para as eleições de 2022.
Diogo Schelp acredita que a falta de articulações de oposição como uma “frente ampla” contra o presidente Jair Bolsonaro é um dos fatores pelo qual ele aparece sempre à frente nas pesquisas. “É muita ingenuidade achar que o desgaste do Bolsonaro nesses últimos dois anos tem a ver com as críticas da imprensa. Isso é subestimar a inteligência dos brasileiros. Por que não as próprias ações do presidente? É muito estranho falar uma coisa dessas quando a gente está vivendo o que a gente está vivendo hoje. Uma economia combalida, causada pela pandemia, que é um desastre completo, nós estamos hoje no epicentro da pandemia mundial, o Brasil é o epicentro da pandemia, responsável pela alta no mundo todo, tem UTIs lotadas, gente morrendo na fila de espera. É evidente que o presidente deveria estar cuidando de tudo isso e é evidente que isso tudo tem um desgaste no presidente Bolsonaro e vai ter um desgaste ainda maior ao longo de 2021, o que não quer dizer que ele não estará no segundo turno em 2022”, afirmou. Para ele, a pesquisa não foi clara quanto a cenários de segundo turno e todo o desenrolar do próximo ano pode mudar o cenário das eleições. Ainda assim, ele acredita que Bolsonaro seria um provável vencedor das eleições de 2022.
Confira o programa “3 em 1” desta sexta-feira, 5, na íntegra:
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