Constantino: Opositores atacam, demonizam e consideram Bolsonaro pior que o coronavírus

Para comentarista do programa ‘3 em 1’, demagogia em torno da pandemia faz com que opositores do presidente sejam ‘deixados para trás’ na preferência de voto para 2022

  • Por Jovem Pan
  • 05/03/2021 18h21 - Atualizado em 05/03/2021 20h48
EFE/ Joédson Alves/Archivo Homem de cabelo grisalho trajando terno e gravata pretos falando em microfone diante de uma bandeira do Brasil Presidente criticou a ação dos governadores que comandam Estados do Nordeste por ir à Justiça contra a redução do ICMS

Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Paraná Pesquisas nesta sexta-feira, 5, mostra que o presidente Jair Bolsonaro lidera em todos os cenários de disputa pela Presidência da República em 2022. Em cinco dos eventuais cenários, o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro ocupa a segunda colocação em três, enquanto Lula e Fernando Haddad, do PT, iriam ao segundo turno em duas as simulações. Em todos os cenários, que incluem o ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta (DEM), o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), o ex-presidenciável Guilherme Boulos (PSOL), o governador de São Paulo, João Doria, e o do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), o apresentador Luciano Huck (Sem Partido) e o ex-presidenciável João Amoedo (Novo), Bolsonaro aparece com mais de 30% das intenções de votos. Em uma projeção com a candidatura de Lula, Bolsonaro lidera com 32,2%, seguido pelo candidato do PT, com 18%, Moro, com 11,6%, Ciro, com 8,7%, Doria, com 5,6%, Boulos, com 3,5% Amoedo com 3% e Mandetta com 1,4%. A pesquisa foi realizada com 2.080 eleitores de 26 estados e do Distrito Federal entre os dias 25 de fevereiro e 1º de março. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Rodrigo Constantino acredita que, além da pesquisa sinalizar que Bolsonaro tem cerca de ⅓ da população brasileira ao lado dele, os números do Instituto Paraná mostram que o Partido dos Trabalhadores tem uma base apoiadora que gira em torno de 20%. Ele lembra que ainda é cedo para desenhar cenários, mas garante que o que pode ser analisado até o momento é que a tática de opositores de Bolsonaro não está funcionando. “E por que isso? Porque eles estão de forma escancarada, ao meu ver e da população em geral, explorando a pandemia de uma maneira totalmente sensacionalista, demagógica”, pontuou. Ele citou a publicidade que o governador de São Paulo, João Doria, faz sobre os insumos recebidos contra a Covid-19 como um exemplo dessa demagogia, e falou que a população que apoia Jair Bolsonaro, mesmo com suas ressalvas à forma de governar do presidente, está de um lado, enquanto “do outro lado existe uma campanha difamatória de um bando de oportunista que parece querer a volta de um modelo fracassado e corrupto de gestão”. O comentarista acredita que eles “não são eleitos nem para síndico” do prédio em que moram, lembrou que grande parte dos opositores velados de Bolsonaro até o momento (como Mandetta e o próprio Doria) não somam juntos nem 10% das intenções de voto. “Por que isso? Exatamente por conta dessa visão que lá fora da bolha as pessoas têm de uma grande concertação para atacar, demonizar, considerar o presidente pior do que o vírus, responsável por todas as mortes”, afirmou.

Marc Sousa garante que, além de demonstrar uma falta de renovação de quadros na política brasileira, as altas intenções de voto no ex-presidente Lula demonstram que ele é o “macho alfa” do Partido dos Trabalhadores. “O PT não consegue se renovar, o PT ainda depende de Lula para conseguir votos”, afirmou. O comentarista discordou de Constantino quanto à base apoiadora do partido de esquerda e acredita que Lula é a única opção que permite a chegada do PT ao segundo turno. “O presidente vem sofrendo desgaste desde o início do governo por parte da mídia e por parte de setores de oposição do Congresso, esse derretimento dele deveria ter se intensificado durante a pandemia, porque a mídia continuou batendo, compara ele ao vírus, chegaram a dizer esses dias que todas as mortes são culpa do Bolsonaro, e mesmo assim ele tem esses 30, 33%, então é muito difícil que esse eleitor mude de opinião. Bolsonaro deve crescer na campanha em cima disso”, disse. Ele considera que, para quem se vendeu como “o pai da vacina”, o número de intenções de voto em João Doria é baixo e garante que o PSDB precisa se reencontrar para as eleições de 2022.

Diogo Schelp acredita que a falta de articulações de oposição como uma “frente ampla” contra o presidente Jair Bolsonaro é um dos fatores pelo qual ele aparece sempre à frente nas pesquisas. “É muita ingenuidade achar que o desgaste do Bolsonaro nesses últimos dois anos tem a ver com as críticas da imprensa. Isso é subestimar a inteligência dos brasileiros. Por que não as próprias ações do presidente? É muito estranho falar uma coisa dessas quando a gente está vivendo o que a gente está vivendo hoje. Uma economia combalida, causada pela pandemia, que é um desastre completo, nós estamos hoje no epicentro da pandemia mundial, o Brasil é o epicentro da pandemia, responsável pela alta no mundo todo, tem UTIs lotadas, gente morrendo na fila de espera. É evidente que o presidente deveria estar cuidando de tudo isso e é evidente que isso tudo tem um desgaste no presidente Bolsonaro e vai ter um desgaste ainda maior ao longo de 2021, o que não quer dizer que ele não estará no segundo turno em 2022”, afirmou. Para ele, a pesquisa não foi clara quanto a cenários de segundo turno e todo o desenrolar do próximo ano pode mudar o cenário das eleições. Ainda assim, ele acredita que Bolsonaro seria um provável vencedor das eleições de 2022.

Confira o programa “3 em 1” desta sexta-feira, 5, na íntegra:

 

 

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