Pazuello diz que estoques de cloroquina estão baixos, mas evita defender uso do remédio

Ministro interino orientou que paciente siga instruções do médico e afirmou que teremos ‘segunda etapa da pandemia’ no Sudeste, Sul e Centro-Oeste, devido ao inverno

  • Por Jovem Pan
  • 06/08/2020 20h43
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José Dias/PR Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello Pazuello participou de transmissão ao vivo com o presidente Jair Bolsonaro

O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou nesta quinta-feira, 6, em entrevista ao programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, que os estoques de hidroxicloroquina estão baixos, apesar do Ministério da Defesa ter dito, recentemente, que há 1,8 milhões de comprimidos restantes, além de um milhão que já foram direcionados ao Ministério da Saúde. “Gostaria de ter muito estoque, mas estão baixos. Atendemos mais por demanda do que distribuição nossa. Nosso objetivo é dar para quem estiver precisando”, disse Pazuello. Durante transmissão ao vivo com o presidente Jair Bolsonaro, o militar não defendeu explicitamente nenhum medicamento para a Covid-19, apenas orientou que sejam utilizados com indicação médica. “Tem gestores distribuindo remédios sem a receita, e pessoas que não distribuem por posição ideológica. Precisamos ter em mente o pragmatismo, sem diferenciação de ninguém, e com isso vamos ganhar essa guerra”, afirmou.

O ministro interino explicou que a curva de óbitos não necessariamente está diretamente ligada ao número de contaminados, pois diz respeito a como o sistema de saúde lida com o paciente que se infectou. Segundo Pazuello, uma das principais falhas no atendimento aos infectados foi focar somente nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) e deixar os sintomáticos aguardando em casa até ficarem com um quadro grave. Ele recomendou que as pessoas vão às Unidades Básicas de Saúde (UBS) assim que tiverem sintomas e tomem os remédios indicados pelo médico. “Se piorar, deve ir para uma estrutura ventilatória o mais rápido possível”, continuou.

De acordo com Pazuello, teremos agora a segunda etapa da pandemia, em que os casos serão maiores no Sudeste, Sul e Centro-Oeste (em alguns casos), devido ao inverno. “No começo do ano, tivemos a onda muito forte no Norte e Nordeste. Não temos uma solução imediata para o aumento nas outras regiões, mas temos respostas sobre como tratar os doentes. O Sul está claramente seguindo o protocolo”, disse. Segundo dados do Ministério da Saúde, as mortes estão subindo no Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Rondônia; em estabilidade em São Paulo, Distrito Federal, Goiânia, Mato Grosso, Acre, Amazonas, Roraima, Bahia, Ceará e Piauí; e diminuindo no Espírito de Santo, Rio de Janeiro, Amapá, Pará, Rondônia, Alagoas, Maranhão, Paraíba, Pernambuco e Sergipe.

Ministro voltou a falar, ainda, que o Brasil deve ter em janeiro cerca de 100 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford com a AstraZeneca. Hoje, Bolsonaro assinou uma medida provisória destinando crédito extraordinário de R$ 1,99 bilhão para viabilizar a fabricação do imunizante, em uma parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). “Procuramos várias vacinas e essa era a mais promissora. Esse contrato prevê a tecnologia, o insumo farmacológico e o equipamento para que a Fiocruz consiga fabricar a vacina. Com 100 milhões de doses, queremos vacinar metade da população, e depois na Fiocruz fabricamos o restante para distribuir a vacina para todo mundo. É a solução final da pandemia”, afirmou.

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