‘Reinado do PT acabou e não tem volta’, diz Augusto Nunes
Para o comentarista, o partido tentou substituir Fernando Haddad por Guilherme Boulos, o que representa uma ‘confissão aos berros’ que a sigla ‘não se renovou’
Após o Partido dos Trabalhadores (PT) sair das eleições municipais de 2020 sem nenhuma capital e com muito menos prefeitos eleitos do que em 2016, a presidente nacional da sigla, a deputada federal Gleisi Hoffmann, disse em entrevista ao UOL que o PT “não está morto”, mas que será necessário uma “chacoalhada”. Além disso, afirmou que o “fundo do poço” foi atingido no ano de 2016, momento no qual a presidente Dilma Rousseff sofreu impeachment. Para o comentarista Augusto Nunes, do programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, “o reinado do PT acabou e não tem mais volta”. Na opinião de Augusto, o partido tentou substituir Fernando Haddad (PT) por Guilherme Boulos (PSOL), o que representa uma “confissão aos berros” que a sigla “não se renovou”. “PT está vivendo a sua agonia. Não tem candidatos a lançar em lugar nenhum, sai Haddad e entra o Boulos. Quando você tem Boulos como opção para tudo no lugar de Haddad você confessa aos berros que não renovou o partido, que o partido não tem discurso, que o povo se convenceu que o PT roubou e é dirigido por corruptos. O PT não terá uma segunda vez sobre a Terra, não haverá outro PT aqui, não tenho a menor dúvida”, disse. “Tudo começou em 2013 com pessoas dispostas a acabar com o reinado do PT, e acabou, o PT não tem volta. Quando começa a se apoiar em um sujeito que tem como maior objetivo invadir a casa dos outros [Boulos], está mal”, continuou o comentarista.
Sobre Gleisi Hoffmann, Augusto lembrou a mudança de discurso da deputada que, em setembro deste ano, se mostrava muito otimista com as eleições. “Ela dizia ‘começamos a aplicar a tática que definimos desde fevereiro, que é lançar candidatos no maior número de cidades e capitais, aumentar nossa presença e começar a recuperação do pior momento nosso, que foi em 2016, porque usaram as mentiras da Lava Jato contra nós’. E, agora, teve que dizer que achou razoável o desempenho de quem caiu de 200 prefeitos, não teve nenhum nas capitais, e só venceu quatro das disputas que travou no segundo turno”, afirmou o comentarista. “Eu não queria estar vivendo a ressaca que a Gleisi vive”, acrescentou. De acordo com Augusto, Lula prejudicou os candidatos de esquerda que foram ao segundo turno, como Manuela D’Ávila (PCdoB) em Porto Alegre, Marília Arraes (PT) em Recife, e Boulos em São Paulo. Todos perderam. “Lula se arrastou para o segundo turno e foi recusado por Boulos, Marília Arraes fez o possível para escapar do apoio dele, e lá no Rio Grande do Sul Manuela disse para, pelo amor de Deus, Lula não aparecer”, finalizou.
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