Salles critica ‘visão política’ em pedidos por sua saída e diz estar tranquilo com sua posição no governo

Ministro do Meio Ambiente foi entrevistado pelo programa ‘Os Pingos Nos Is’ e falou sobre manifestações contra ele e Cúpula do Clima desta quarta-feira, 21

  • Por Jovem Pan
  • 21/04/2021 19h48
MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO - 22/10/2020 O ministro do meio ambiente, Ricardo Salles Ministro Ricardo Salles foi entrevistado do programa 'Os Pingos Nos Is' nesta quarta-feira

Entrevistado pelo programa “Os Pingos Nos Is”, da Jovem Pan, nesta quarta-feira, 21, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, falou sobre a expectativa do Brasil para a Cúpula do Clima, que será iniciada nesta quinta, 22. Segundo ele, as relações entre o país e os Estados Unidos, organizador do evento, contradizem todas as previsões negativas que ativistas e a imprensa tinham após a eleição de Joe Biden. “Depois desse patrulhamento, desse ataque, nós fomos conversando muito com o secretário John Kerry, já estamos há muitas semanas, há meses, conversando semanalmente com a equipe do secretário Kerry, com ele próprio inclusive, e começou a se desenhar um entendimento. Os Estados Unidos pediram ao Brasil que se apresentasse uma proposta de ação em curto prazo para controle do desmatamento ilegal, nós apresentamos uma proposta muito bem desenhada”, disse Salles. Segundo ele, ao perceberem um diálogo concreto entre os dois países, as pessoas que “são do contra e querem fazer discussão política ao invés de resolver a questão ambiental” começaram a incentivar Biden contra a presidência.

O ministro lembrou que o desmatamento no Brasil corresponde a cerca de 1,5% das emissões globais de gás carbônico do mundo e disse que os combustíveis fósseis queimados pelos países ricos representam o maior risco ambiental ao planeta. Ele considerou como “garantia constitucional” os posicionamentos públicos contra ele, mas lembrou que quem aciona o judiciário contra agentes públicos precisa se responsabilizar pelo que é colocado nos autos. “O que nós temos visto é uma gama grande de situações: alguns que fazem para aparecer, querem manchete no jornal do dia seguinte; outros que fazem porque estão mal informados e alguns que fazem porque de fato não concordam com a política do governo. Agora, o pessoal precisa lembrar a todo momento que o governo ganhou as eleições e segue mantendo todos os parâmetros democráticos e das instituições brasileiras”, recordou. O ministro afirmou que a maioria dos brasileiros continua apoiando Bolsonaro e que há um plano de governo para conciliar a economia com a proteção ao meio ambiente, mas atribuiu às “viúvas de verbas públicas” e aos que “gostam de holofotes” as manifestações contra ele.

“Nós não temos compromisso com o erro, eu sempre repito isso. Se há alguma coisa que nós fizemos, ou tenhamos feito, que se comprove ser equivocada, nós não temos problema nenhum em voltar atrás, em mudar a política pública, em fazer um ajuste ou outro. Agora, que há uma narrativa política por trás disso, há uma visão política por trás de diversas dessas ações judiciais, que têm essa visão política eu não tenho dúvida”, disse. Comparando o movimento “Fica Salles” e o “Fora Salles” nas redes sociais, o ministro garantiu que está tranquilo e reforçou que trabalha em uma agenda para o Brasil em busca de auxiliar brasileiros que foram “deixados para trás” em governos de esquerda, da concessão de parques nacionais com potencial de ecoturismo para o setor privado e preocupação com o saneamento básico e da agenda ambiental urbana.

Salles afirmou que Bolsonaro deve levar à Cúpula do Clima a informação de que o Brasil não foi responsável pelas emissões de gases de efeito estufa no passado e no presente, mas não se furtará a participar da solução do problema. “O Brasil da mesma forma que se dispõe estar presente e se voluntaria para ajudar a resolver o problema de mudanças climáticas e emissões de gás de efeito estufa que não é responsável, o Brasil também está aberto à participação e ajuda do setor privado e dos governos para o problema do desmatamento ilegal”, afirmou. Para o ministro, o país pode aproveitar os recursos oferecidos por outros países para melhorar ainda mais o combate ao desmatamento.

Confira o programa “Os Pingos Nos Is” desta quarta-feira, 21, na íntegra:

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