Senador justifica voto pelo passaporte sanitário: ‘Sintonia com o que população está pensando’

Jorginho Mello disse que teve a ‘melhor das intenções’ e falou que não concorda com a criação de ‘categorias de cidadãos’

  • Por Jovem Pan
  • 16/06/2021 20h31 - Atualizado em 16/06/2021 20h43
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Pedro França/Agência Senado Em pronunciamento à CPI da Covid-19, senador Jorginho Mello Senador Jorginho Mello foi entrevistado no programa 'Os Pingos Nos Is'

Entrevistado pelo programa “Os Pingos Nos Is”, da Jovem Pan, nesta quarta-feira, 16, o senador Jorginho Mello (PL-SC) deu um parecer sobre a CPI da Covid-19 após semana de oitivas no Senado e falou sobre a aprovação do passaporte sanitário pelos membros da casa legislativa. Para ele, não é possível elencar nenhum ponto positivo da comissão até o momento. “A CPI foi uma determinação do Supremo Tribunal, eu desde o primeiro momento me manifestei contrário a essa instalação. Nós estamos dando palanque para quem já estava na cinza. É uma CPI, com todo respeito, que nós instalamos para cumprir uma decisão do Supremo, estamos levantando, ouvindo pessoas, mas é para dar palanque para o Renan, para dar palanque para pessoas que o Brasil conhece”, disse. Para ele, a CPI é parcial e constrói uma narrativa contra Jair Bolsonaro gastando a energia que os senadores poderiam investir em outros projetos. “Só falta no final do relatório do Renan Calheiro dizer que o presidente foi responsável pelo vírus”, afirmou.

O senador justificou que uma série de dados da CPI já foram levantados por outros órgãos, como a Polícia Federal e os Tribunais de Contas. “A CPI investiga o passado e já está feito. Quem comprou respirador na casa da maconha já fez, quem comprou respirador em uma adega de vinho já fez. O meu governador de Santa Catarina que mandou 33 milhões para uma casa de massagem no Rio de Janeiro já fez. Isso já está consolidado, a sacanagem já foi feita. Os Tribunais de Contas têm isso para nos informar, isso a gente poderia fazer quando a pandemia estivesse mais dominada”, opinou. Ele afirmou que Witzel quis “posar de bom moço” após ser condenado em todas as instâncias. “Se alguém me convida para alguma coisa e você não tem o que temer, você vai lá e explica a verdade. Eles fazem um escudo dessas autorizações para falsear com a verdade e só responder o que interessa”, pontuou. Questionado pela comentarista Ana Paula Henkel sobre o porquê de ter votado a favor da criação de um passaporte sanitário para os vacinados contra a Covid-19 no Brasil, o parlamentar disse que teve “a melhor intenção do mundo” ao decidir pelo “sim” e justificou que essa pode ser uma forma de facilitar a viagem de brasileiros para outros países.

“Eu não acho que podemos criar categorias de cidadãos, de forma nenhuma, exigir aqui no país. Isso é para quando viajar, um passaporte que vai facilitar a tua vida na chegada de outro país, mas será alternativo. Quem tem, tem, quem não tem, vai ser tratado com o passaporte dele de viagem, normal. Agora está tendo uma reação das pessoas, isso precisava ter acontecido antes um pouco, talvez a gente tivesse até evitado a votação. Eu pauto as minhas votações em sintonia com o que a população está pensando”, afirmou, apontando que, caso a Câmara entre em consenso de que o passaporte vai causar mais problema do que auxílio aos brasileiros, o projeto ainda pode ser vetado. Caso o projeto seja aprovado no Congresso, o presidente Jair Bolsonaro deve vetar o passaporte integralmente.

Confira o programa “Os Pingos Nos Is” desta quarta-feira, 16, na íntegra:

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