‘Vacina precisa ter critérios claros, e isso envolve as safadezas feitas pela China’, diz Augusto Nunes

Comentaristas falaram também sobre a afirmação de Mourão de que o governo vai comprar a CoronaVac; ‘Retórica agrada muita gente que está fazendo oposição à Bolsonaro’, disse Fiuza

  • Por Jovem Pan
  • 30/10/2020 21h41 - Atualizado em 30/10/2020 21h44
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REUTERS/Dado Ruvic//File Photo Polêmicas envolvendo a compra e a obrigatoriedade da vacina foram discutidas nesta sexta pelos comentaristas

O presidente Jair Bolsonaro rebateu nesta sexta-feira, 30, a fala do vice-presidente da República, Hamilton Mourão. Em entrevista à revista Veja, ele afirmou que “é lógico” que o governo brasileiro comprará a CoronaVac, feita pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. “A caneta Bic é minha”, contestou Bolsonaro após a fala do vice. Em mais de uma ocasião, o presidente disse que não vai adquirir a CoronaVac, por ser produzida na China e pelo estado de São Paulo. As polêmicas envolvendo a compra e a obrigatoriedade da vacina foram discutidas nesta sexta pelos comentaristas do programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan. Para Augusto Nunes, a discussão é precoce, já que ainda não existe uma vacina aprovada pelas agências regulatórias.

“Estão brigando por uma vacina que não existe. A posição do vice-presidente acho que é a minha, quando vier uma vacina, se for a questão a gente compra, mas depois que testada a eficácia. É claro que você precisa ter critérios muito claros, e isso envolve as safadezas feitas pela China. Se tiver a China e outra, eu vou pela outra. Se não, pela China, mas precisa ter eficácia”, disse. Já o comentarista Guilherme Fiuza afirmou que “viu com um ponto de interrogação” a fala de Mourão. “A retórica do Mourão a gente sabe que agrada muitas pessoas que estão fazendo oposição ao governo”, destacou. Além disso, Fiuza apontou que o vice-presidente teve uma “postura importante”, durante a entrevista, em colocar a China como um parceiro comercial do Brasil. “Mas a China é um país sob suspeita. Os EUA se retiraram da OMS por conta de injunções políticas da China. A China é uma ditadura e dentro do seu estado o vírus apareceu, se disseminou e se propagou pelo mundo”, lembrou.

Augusto afirmou, ainda, que a Covid-19 no Brasil foi acompanhada de uma “pandemia de confusão, medo, roubalheira” e agora será uma “pandemia de questões que vão afetar o Supremo Tribunal Federal (STF)”. “Essa história é marcada pela pressa e não pelo amor à vida, mas pelo tamanho do mercado. Os laboratórios não estão agindo por generosidade, é um mercado de proporções planetárias. E no Brasil é sempre mais em baixo, é claro que em qualquer país quem compra é o governo, e cabe ao governo aplicar prioridades de acordo com requisitos como o quadro sanitário do estado, qual lugar que tem mais casos… Mas como faz? A vacina comprada por SP vai ser uma exclusividade dos paulistas, mas é preciso vacinar as pessoas de risco antes… Mais um impasse que se cria e que vai acabar no Supremo. Como um juiz vai poder decidir um assunto médico, científico? (…) Estamos sabendo dos preços agora, e o governo compra o que quiser. Vem confusão. A pandemia foi acompanhada de uma pandemia de confusão, de medo, de roubalheira, e agora será uma pandemia de questões que vão afetar o Supremo”, disse Augusto. O comentarista afirmou, ainda, que a lei da obrigatoriedade da vacina, caso seja aprovada, “não vai pegar”. “Não dá pra obrigar. Nem discutimos quem vai tomar primeiro e já querem vacinar meio mundo”, finalizou.

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