‘Vamos ter que fingir que esquecemos’, diz Fiuza após STF anular delação que incriminava Toffoli

Em acordo firmado com a Polícia Federal, ex-governador Sérgio Cabral citou políticos e magistrados que teriam participado de esquema de corrupção, incluindo o ministro

  • Por Jovem Pan
  • 27/05/2021 19h17 - Atualizado em 27/05/2021 21h31
Bruno Rocha/Estadão Conteúdo dias toffoli olhando para cima Cabral chegou a acusar Dias Toffoli de vender sentenças em julgamentos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta quinta-feira, 27, para anular a delação premiada do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Até o momento, seis dos onze ministros da Corte já votaram para revogar a decisão que homologou a colaboração: Edson Fachin, Gilmar Mendes, Nunes Marques, Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski e Luiz Fux. Votaram para manter a delação os ministros Marco Aurélio Mello, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Cármen Lúcia. No acordo firmado com a Polícia Federal, Cabral citou políticos e magistrados que teriam participado de esquema de corrupção, chegando a acusar Dias Toffoli de vender sentenças em julgamentos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A PF chegou a pedir durante o inquérito para investigar Toffoli, mas o ministro Edson Fachin encerrou o caso sobre o argumento de que a Procuradoria Geral da República pediu arquivamento e que a jurisprudência atual determina que a manifestação da PGR seja seguida nesses casos. A anulação da delação faz com que as outras investigações solicitadas pela PF com base nas falas de Cabral sejam arquivadas.

O comentarista do programa “Os Pingos Nos Is”, da Jovem Pan, Guilherme Fiuza, lembrou que, diante de uma condenação de centenas de anos de prisão, Cabral falou à Polícia Federal sobre as supostas contribuições de Toffoli para que uma prefeita aliada dele não fosse condenada jurando dizer a verdade, já que depende disso para ter redução de pena ou liberdade diante da Justiça. “A gente vai ter que fingir que não ouviu isso, que esqueceu. O Ministério Público recomendou, por motivos que não conheço, o arquivamento, o impedimento dessa delação. Quem é que vai pegar agora esse fato e partir para investigar?”, questionou. Ana Paula Henkel citou reportagem da revista Oeste lembrando que a Polícia Federal encontrou registros que corroboram com a delação de Sérgio Cabral. “Acredito que apesar dessa blindagem toda que estão fazendo a nossa gloriosa Polícia Federal vai seguir o rumo que tem que ser seguido, o rumo do império da lei”, opinou.

Confira o programa “Os Pingos Nos Is” desta quinta-feira, 27, na íntegra:

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