‘É preciso questionar a qualidade da vacina’, diz Constantino após depoimento de Dimas Covas na CPI

Declaração foi dada durante o programa 3 em 1 desta quinta-feira, 27, no qual foi debatido o depoimento do diretor do Instituto Butantan

  • Por Jovem Pan
  • 27/05/2021 18h05 - Atualizado em 27/05/2021 19h16
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ALLISON SALES/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 28/01/2021 Frasco de vacina com rótulo laranja e branco na frente de um fundo branco Comentarista falou sobre a eficácia de vacinas contra a doença

O diretor-presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, depôs à CPI da Covid-19 nesta quinta-feira, 27. Os principais focos da oitiva foram a produção da CoronaVac, imunizante que vem sendo aplicado em brasileiros desde o dia 17 de janeiro, os atrasos na distribuição da vacina e as negociações com o governo federal. Covas informou que o Butantan fez três propostas em 2020 para fornecer a CoronaVac ao Ministério da Saúde: uma em julho, uma em agosto e outra em outubro. O diretor também afirmou que o Brasil poderia ter sido o primeiro país do mundo a começar a imunização contra o novo coronavírus. Ele rebateu o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que, em sua oitiva, na semana passada, afirmou que as declarações de Jair Bolsonaro contra o imunizante não tiveram impacto nas negociações do governo federal com o Instituto Butantan.

Durante sua participação no programa 3 em 1, da Jovem Pan, desta quinta, o comentarista Rodrigo Constantino afirmou que o Uruguai, mesmo com uma maior taxa de vacinação, lidera a quantidade de mortes por habitantes na região e disse que é necessário questionar a qualidade da vacina contra a Covid-19. “Há uma conclusão automática de muitos de que era possível ter vacina antes, o que é questionável, e que, se tivesse, inúmeras vidas teriam sido poupadas. Eu quero lembrar que o Uruguai tem muito mais vacinação do que o Brasil hoje e assumiu a liderança de mortes por habitantes na região, porque a vacina talvez seja de qualidade questionável. E aí entra a coisa de que o presidente da CPI, que alguns acham que é um árbitro imparcial, que assumiu hoje o papel de advogado do Dimas Covas, e outros senadores de oposição tentam impedir qualquer coisa nesse sentido. É preciso questionar a qualidade da vacina. O contrato é pouco transparente, é uma das vacinas mais caras, passou raspando no teste da Anvisa e tem vários especialistas colocando em xeque essa qualidade”, afirmou o comentarista.

Em seguida, Constantino relembrou que as autoridades sanitárias da Europa ainda não aprovaram a utilização da CoronaVac na imunização contra a Covid-19. “Países que se vacinaram, seja com a Sputnik seja com a vacina chinesa, estão tendo mais problemas na média. Tem lá uma ‘ilhazinha’ Seychelles, que é a população mais vacinada do mundo, que teve surto. A Europa, que volta e meia é mencionada como ícone para a cloroquina, até hoje não aprovou a CoronaVac”, disse o comentarista, que continuou. “O discurso do Dimas Covas, infelizmente, é politizado. Ele foi fundador do PSDB e fez declarações políticas nessa pandemia desde o começo. Ele diz, por exemplo, que o lockdown, que o governo estadual adotou, salvou milhares de vidas. Eu não vi ninguém apresentar ou cobrar que ele apresentasse um estudo científico mostrando isso. Isso é uma declaração política, não uma declaração de ciência, de um especialista imparcial. Tudo isso está muito feio, essa CPI é um circo lamentável que somos obrigados a acompanhar”, finalizou.

Confira a íntegra da edição do programa 3 em 1 desta quinta-feira, 27:

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