Autor de livro sobre epidemias diz que cachaça e tabaco eram ‘soluções’ para gripe espanhola: ‘História se repete’

Em entrevista ao Pânico, Stefan Cunha Ujvari explicou que parte da população, na época, usou de métodos contraindicados pela ciência para se ‘prevenir’ de doença pandêmica

  • Por Jovem Pan
  • 28/06/2022 16h44
Reprodução/Jovem Pan News Stefan Cunha Ujvari Stefan Cunha Ujvari foi o convidado do programa Pânico

Nesta terça-feira, 28, o programa Pânico recebeu o infectologista Stefan Cunha Ujvari. Autor do livro “A História das Epidemias”, o médico descreveu as similaridades na recepção do público com a gripe espanhola e a Covid-19. “A história se repete o tempo todo. Quando teve a gripe espanhola, no começo se acreditava que era um ‘limpa velhos’, pois matava idosos. Começou a matar a população e queriam achar um culpado para aquilo. A culpa foi para a 1ª Guerra Mundial”, contou. “Na época, a solução era beber cachaça. O álcool ia matar o vírus. O tabaco ia matar o vírus, o limão ácido ia matar o vírus… A população queria uma busca por quem pudesse dar a solução e os médicos iam nos jornais.”

O infectologista ressaltou a importância de seguir as recomendações dos orgãos governamentais em períodos de pandemia. “Toda pandemia você tem o pânico e a desinformação das notícias, os receios. Por isso, é necessário seguir um órgão central. Ele que fala: precisamos tomar a quarta dose, vacinar as crianças”, aconselhou. “A vacina no começo do desenvolvimento tinha efeitos colaterais, levava alterações no nervo central. Quando apareceu a vacina do sarampo, causava uma reação monstruosa de febre e mal-estar. A gente foi avançando, agora está numa etapa absurdamente segura da vacina”

Para Ujvari, é improvável que o vírus que causa a Covid-19 tenha sido inventado em um laboratório, uma vez que, previamente, ele já era monitorado em morcegos. “Existe um ramo que rastreia vírus. Quando apareceu a Sars de 2003, aquele coronavirus matava 10% dos infectados. A nossa sorte é que a pessoa transmitia depois da primeira semana. Deu tempo de separar antes de transmitirem, o pessoal ficou com muito medo”, explicou. “Existem vários estudos rastreando morcegos. Sabia-se que, a qualquer momento, poderia existir uma mutação e transmitir para o homem. Os vírus de RNA sofrem muita mutação”, concluiu.

Confira na íntegra a entrevista com Stefan Cunha Ujvari:

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