Feliciano deixará o governo na segunda-feira se presidente da Capes continuar no cargo
Em entrevista ao Pânico, vice-líder afirmou que a titular da fundação apoia ideologia de gênero e Paulo Freire; ‘Se meus alertas não servem para Bolsonaro, minha presença é dispensável’, analisou
A presença da advogada Claudia Queda de Toledo na gestão federal tem gerado polêmica entre os bolsonaristas. Nomeada pelo governo federal na última quinta-feira, 15, para a presidência da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a atuação de Toledo ameaça causar uma crise na base aliada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, nesta quinta, 22, o pastor Marco Feliciano (Republicanos) prometeu entregar a vice-liderança do governo caso não seja desfeita a nomeação dela para a presidência da Capes. “Nas eleições de 2018, fomos escolhidos por nossos valores conservadores. No entanto, essa senhora apoia a ideologia de gênero, já criticou o presidente e chama Paulo Freire de gênio. Não posso compactuar com a mentira e com o estelionato eleitoral, por isso não aceito esquerdistas dentro do governo Bolsonaro. Se ela não sair até a próxima segunda-feira, vou entregar meu cargo. Sou amigo de Bolsonaro e estou apontando os erros, mas se os alertas do vice-líder não servirem para o governo, minha presença é dispensável”, afirmou.
A atual presidente também atua como docente nas áreas de direito constitucional, dando aulas na graduação e pós-graduação do curso de direito da Instituição Toledo de Ensino (ITE), localizada em Bauru, no interior de São Paulo. A advogada também é reitora do Centro Universitário de Bauru, instituição na qual formaram-se os ministros da Educação, Milton Ribeiro, e da AGU, André Mendonça. “Respeito meu amigo Bolsonaro, luto por ele e seu governo, já caminhei demais para voltar atrás, mas ele não pode se cercar de pessoas que o apunhalam pelas costas. A atual presidente da Capes é uma esquerdista e, antes de mais nada, levei essa denúncia ao Milton”, disse. Segundo Feliciano, o ministro da Educação não reagiu da maneira esperada ao pedido de afastamento de Claudia. “Quando chamei a atenção de Milton sobre a nomeação de Claudia, ele foi arrogante em sua resposta, não soube dialogar e me bloqueou no WhatsApp. Por isso, precisei alertar o próprio presidente e mostrar provas sobre o posicionamento da presidente da Capes. A atitude do ministro foi de uma infantilidade desnecessária, a situação se tornou um constrangimento”, concluiu.
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