‘Me revolto por não poder decidir sobre minha vida’, diz Mario Frias sobre lockdown

Em entrevista ao Pânico, secretário Especial da Cultura criticou as medidas restritivas contra a Covid-19 e reforçou que serviço essencial é ‘todo aquele que coloca o prato de comida na mesa’

  • Por Jovem Pan
  • 15/03/2021 15h25 - Atualizado em 15/03/2021 17h55
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Imagem: Reprodução/Instagram: @mariofriasoficial Secretário Mario Frias trabalhando no governo federal Em entrevista ao Pânico, Mário Frias lembrou polêmica envolvendo filme sobre o regime nazista

O secretário Especial da Cultura do governo federal, Mario Frias, comentou, em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, nesta segunda-feira, 15, a polêmica que se envolveu ao compartilhar nas redes sociais uma comparação das medidas restritivas contra a Covid-19 ao regime nazista. Na ocasião, Frias publicou um trecho do filme “A Lista de Schindler “para criticar a escolha, por parte dos governos estaduais, de funções que podem continuar à ativa durante períodos de maior restrições na pandemia, os chamados serviços essenciais. “A guerra de narrativas é muito grande, foge aos níveis da realidade. Sou fã do filme, entendo, reconheço as dores e tudo que se passou no Holocausto. Compartilhei uma cena que retrata a questão dos serviços essenciais. Venho de uma família de classe média, meu pai trabalhou em açougue e minha mãe em loja. Me lembro muito bem do esforço deles para criar os filhos e sustentar a família. Por isso, questiono todos os brasileiros: o que é o serviço essencial? Não sou especialista em saúde e respeito as diretrizes do ministério, mas me revolto por não poder decidir sobre minha vida com estas medidas de restrição. Isso fere minha ética e a forma como conduzo minha vida”, disse.

A parte do filme compartilhada pelo secretário mostra trabalhadores, que afirmam ser essenciais, executados por oficiais nazistas. Na postagem, Frias ainda escreveu: “O setor de eventos clama para poder levar o pão para dentro de casa, para poder sustentar a própria família. Até quando um burocrata arrogante irá dizer que ele não é essencial?”. Sua publicação gerou debate nas redes sociais e, até mesmo, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) emitiu um posicionamento repudiando a comparação. “Minha intensão ao compartilhar o trecho foi mostrar quão covarde são as atitudes restritivas adotadas pelos governos estaduais. Nós elegemos os prefeitos e governadores, eles nos devem o direito de participar das decisões sobre nossas vidas. Classifico como essencial todos os serviços que põe o prato de comida na mesa. Se você tem a oportunidade de trabalhar com algo que te sustente, que pague suas contas, o plano de saúde e te conceda o mínimo de conforto e segurança, o seu serviço é essencial. Com todo o respeito à doença, penso que todas as famílias do Brasil estão apavoradas com a doença e com seu ganha pão.”


Em meio ao pior momento da pandemia do novo coronavírus no Brasil, neste mês, governos estaduais adotaram novas medidas de restrição ou reforçaram as que vinham sendo aplicadas em todo o país. O endurecimento das normas é uma resposta ao aumento de contaminados pela doença, aos índices alarmantes de lotação dos leitos de UTI e à alta de mortes em decorrência de complicações da Covid-19. Segundo o último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde neste domingo, 14, até o momento o Brasil registra 11.483.370 casos de Covid-19 e 278.229 óbitos causados pela doença.

Confira na íntegra a entrevista com o secretário Mário Frias:

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