‘Me revolto por não poder decidir sobre minha vida’, diz Mario Frias sobre lockdown
Em entrevista ao Pânico, secretário Especial da Cultura criticou as medidas restritivas contra a Covid-19 e reforçou que serviço essencial é ‘todo aquele que coloca o prato de comida na mesa’
O secretário Especial da Cultura do governo federal, Mario Frias, comentou, em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, nesta segunda-feira, 15, a polêmica que se envolveu ao compartilhar nas redes sociais uma comparação das medidas restritivas contra a Covid-19 ao regime nazista. Na ocasião, Frias publicou um trecho do filme “A Lista de Schindler “para criticar a escolha, por parte dos governos estaduais, de funções que podem continuar à ativa durante períodos de maior restrições na pandemia, os chamados serviços essenciais. “A guerra de narrativas é muito grande, foge aos níveis da realidade. Sou fã do filme, entendo, reconheço as dores e tudo que se passou no Holocausto. Compartilhei uma cena que retrata a questão dos serviços essenciais. Venho de uma família de classe média, meu pai trabalhou em açougue e minha mãe em loja. Me lembro muito bem do esforço deles para criar os filhos e sustentar a família. Por isso, questiono todos os brasileiros: o que é o serviço essencial? Não sou especialista em saúde e respeito as diretrizes do ministério, mas me revolto por não poder decidir sobre minha vida com estas medidas de restrição. Isso fere minha ética e a forma como conduzo minha vida”, disse.
A parte do filme compartilhada pelo secretário mostra trabalhadores, que afirmam ser essenciais, executados por oficiais nazistas. Na postagem, Frias ainda escreveu: “O setor de eventos clama para poder levar o pão para dentro de casa, para poder sustentar a própria família. Até quando um burocrata arrogante irá dizer que ele não é essencial?”. Sua publicação gerou debate nas redes sociais e, até mesmo, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) emitiu um posicionamento repudiando a comparação. “Minha intensão ao compartilhar o trecho foi mostrar quão covarde são as atitudes restritivas adotadas pelos governos estaduais. Nós elegemos os prefeitos e governadores, eles nos devem o direito de participar das decisões sobre nossas vidas. Classifico como essencial todos os serviços que põe o prato de comida na mesa. Se você tem a oportunidade de trabalhar com algo que te sustente, que pague suas contas, o plano de saúde e te conceda o mínimo de conforto e segurança, o seu serviço é essencial. Com todo o respeito à doença, penso que todas as famílias do Brasil estão apavoradas com a doença e com seu ganha pão.”
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Em meio ao pior momento da pandemia do novo coronavírus no Brasil, neste mês, governos estaduais adotaram novas medidas de restrição ou reforçaram as que vinham sendo aplicadas em todo o país. O endurecimento das normas é uma resposta ao aumento de contaminados pela doença, aos índices alarmantes de lotação dos leitos de UTI e à alta de mortes em decorrência de complicações da Covid-19. Segundo o último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde neste domingo, 14, até o momento o Brasil registra 11.483.370 casos de Covid-19 e 278.229 óbitos causados pela doença.
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