Médico afirma que tratamento com corticoide evitou desenvolvimento da Covid-19: ‘Resultado absurdo’
Em entrevista ao programa ‘Pânico’, Dr. Zeballos citou relato de caso chamado de ‘Milagre do Pará’, que será avaliado por outros especialistas no assunto antes de ser validado oficialmente como um estudo
Entrevistado pelo programa “Pânico”, da Jovem Pan, nesta quarta-feira, 28, o imunologista Roberto Zeballos falou sobre a situação da Covid-19 no Brasil, as baixas taxas de contaminação ao ar livre em comparação a locais fechados e as táticas desenvolvidas por ele para tratar os próprios pacientes após um ano de pandemia. O médico falou sobre um relato de caso chamado de “preprint” publicado na plataforma “Med Archives” que fala da utilização de corticoides para tratar pacientes internados com a doença. “O Pará não tinha hospital, nós demos uma solução oral e graças aos heróis paraenses houve um resultado absurdo. Nós vimos mais de 500 casos que estavam precisando de hospital, perdemos só três casos. Naquele momento eles estavam em desespero e eu dei a solução porque eu estava vendo o resultado do corticoide na veia”, narrou.
O médico esclareceu que esse relato, que observa que os corticoides “evitam o desenvolvimento de um quadro inflamatório” no paciente, será avaliado por outros especialistas no assunto antes de ser validado oficialmente como um estudo. “O meu objetivo é abrir a cabeça das pessoas baseado nos resultados”, afirmou. Segundo Zeballos, a partir desses resultados, ele passou a tratar os pacientes com vigilância constante, mas dentro de casa. “Infelizmente eu perdi três [pacientes], mas desses três, um me procurou tarde, outro era uma senhora de idade que tinha Alzheimer e morreu de hemorragia e outro era uma senhorinha que estava saindo do hospital, mas sangrou”, explicou, lembrando que todas as mortes foram sentidas pela equipe médica e pela família, mas não representam uma fatia grande daqueles que passaram pelo tratamento.
“Eu talvez não consiga publicar [o estudo] em uma revista de renome, mas não estou preocupado. Eu estou preocupado em difundir esse conhecimento e ligar um alerta, porque as pessoas que sobreviveram no Pará não esquecem do remédio que tomaram. Esses casos que eu devo ter visto entre 2.500 e 3.000 casos ao longo desse ano, também não vão esquecer que eu tratei todo mundo em casa, a maioria, e as minhas internações sempre foram muito poucas. Só nessa cepa nova [que é maior]”, pontuou. O médico lembrou da importância da observação na resolução de problemas dos pacientes e falou da necessidade de outros colegas de profissão deixarem a vaidade de lado.
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