‘Não vamos perder essa geração’, diz autora de proposta que prevê volta às aulas presenciais
Em entrevista ao Pânico, a deputada Paula Belmonte pediu à população que pressione o Senado para aprovar o projeto de lei; texto será votado nesta quinta-feira, 6
Em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, nesta quarta-feira, 5, a deputada federal Paula Belmonte (Cidadania) explicou a importância do país retomar as aulas presenciais em escolas públicas mesmo em meio à pandemia de Covid-19. Ela é autora do projeto de lei (PL) nº 5595, que prevê incluir a educação presencial entre os serviços essenciais. “A proposta já foi aprovada na Câmara dos Deputados e será votada nesta quinta-feira no Senado. A população precisa exercer pressão nos senadores para que tornem a educação uma atividade essencial porque, sendo aprovado na Casa, o projeto passa para a sanção presidencial. Quando falamos em tornar a educação presencial em serviço essencial, como está no texto, estamos oferecendo a oportunidade das escolas públicas voltarem a abrir as portas para receberem seus alunos. Com o projeto, estamos defendendo os mais vulneráveis, como as crianças que passam fome em casa ou que convivem horas sob o mesmo teto que seus agressores e abusadores. Não vamos deixar o país perder essa geração”, afirmou. Para a deputada, a educação brasileira sentirá por muitos anos os impactos causados pelo fechamento das escolas durante a pandemia.
“Na média mundial, as crianças permaneceram fora das salas de aula por cerca de 22 semanas. No Brasil, a média ultrapassa 60 semanas. Sendo assim, somos o país campeão no ranking que contabiliza o período que os alunos permaneceram fora das escolas durante a pandemia. O que estamos fazendo com a nossa educação é uma vergonha. O país só avançará quando fizermos um pacto pela educação”, continuou Belmonte. Com o avanço da pandemia de Covid-19, as aulas no país foram suspensas em março de 2020. Neste ano, alguns Estados retomaram parte dos cursos em sistema híbrido, mas ainda não há previsão de quando retomarão integralmente o ensino presencial. Conforme o avanço da vacinação no mundo, diversas nações estão, gradualmente, reabrindo suas instituições de ensino. “No texto do projeto, existem três pontos importantes que devem ser esclarecidos: é garantida a autonomia dos Estados para decidirem sobre suas regiões, é prevista a vacinação prioritária de todos os servidores da educação – professores, merendeiras, equipe de limpeza e etc, e é resguardada a autonomia dos país para decidirem se mandarão suas crianças para as escolas. Nós precisamos fazer com que os professores se sintam seguros, queremos nossas crianças nas salas de aula”, concluiu a parlamentar.
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