‘Novo me obrigou a criticar o governo federal e não aceitei’, diz Filipe Sabará sobre expulsão

Em entrevista ao Pânico, o ex-secretário de Desenvolvimento Social de São Paulo criticou membros do partido ligados a João Amoêdo: ‘Não existe limite para a canalhice dessas pessoas’

  • Por Jovem Pan
  • 30/09/2021 16h45
Reprodução/Pânico Filipe Sabará fala no microfone do estúdio do programa Pânico O empresário e ex-filiado ao partido Novo, Filipe Sabará, foi o convidado do programa Pânico desta quinta-feira, 30

Nesta quinta-feira, 30, o programa Pânico recebeu o político Filipe Sabará, que foi expulso do Novo em outubro de 2020, após se candidatar para a prefeitura da cidade de São Paulo pela mesma legenda. Em entrevista, ele afirmou que o partido o obrigou a criticar o governo de Jair Bolsonaro e mentiu à imprensa para justificar sua expulsão. “Conheci o Novo e fui enganado, me filiei, trabalhei muito pelo partido. No meio da campanha fui obrigado a criticar o governo federal e não aceitei, me expulsaram do partido com uma série de narrativas, como currículo. O Novo não era contra o Bolsonaro, o proprio Amoêdo votou no Bolsonaro no segundo turno, logo depois veio com essa narrativa. O problema não é não gostar do Bolsonaro, é caçar, perseguir pessoas porque não são como você acha que deveriam ser, ou no meu caso, jogar mentiras na imprensa e uma série de coisas que destroem a reputação, é triste e muito feio.”

Sabará ainda disse que foi privado do direito de resposta quando o partido decidiu afastá-lo. Para ele, sua expulsão e a do ex-ministro Ricardo Salles foi feita por membros do partido que estão diretamente ligados a João Amoêdo, um dos fundadores do Novo. “Eu concorri com 76 pessoas, passei no processo seletivo deles mesmos, e três dias antes de começar a pessoa, entram com um pedido de cassação, sem filiação você não pode concorrer. O mais bizarro foi o que também aconteceu com Salles: entram na Comissão de Ética com uma denúncia, todos os membros são ex- funcionários do Amoêdo, segue para o diretório nacional, onde também é todo mundo vinculado ao Amoêdo, te expulsam e a sua resposta não pode ser pública. Se você responder publicamente, por cláusula, você é automaticamente expulso do partido. Tive que ficar 15 dias calado até o parecer do TSE. É inacreditável esse partido.”

Filipe também se queixou do atual momento que o Novo se encontra politicamente e afirmou acreditar na possibilidade de que o atual governador de Minas Gerais, Romeu Zema, saia do partido para apostar em uma recandidatura nas eleições de 2022. “Eu fui convidado a entrar para o Novo, eu não era da política, eu não queria ser. Uma coisa é ser secretário, um cargo técnico, agora, se filiar e concorrer, é uma coisa política. O Novo me convidou, assim como várias pessoas que saíram do empresariado para ajudar. Depois você obedece o que o cara fala, você que põe o dinheiro, no final a proposta é lançar o candidato Amoêdo na hora que ele quer. Eu entendo que o Romeu Zema vai se recandidatar em Minas Gerais, ele tem muito mais a ver com a proposta original do Novo, não com aquilo que o partido se tornou. Acredito que se ele tiver uma boa proposta, sairá, pois não existe limite para a canalhice dessas pessoas ligadas ao Amoêdo.”

Confira na íntegra a entrevista com Filipe Sabará:

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.