‘Professores chegavam fumando maconha’, diz Gabriel Monteiro sobre período em universidade pública

Vereador e policial militar fez curso de História na Universidade Estadual do Rio de Janeiro; em entrevista ao ‘Pânico’, ele falou sobre carreira e política

  • Por Jovem Pan
  • 04/06/2021 14h32
Renan Olaz/Câmara Municipal do Rio de Janeiro Vereador Gabriel Monteiro Gabriel Monteiro foi entrevistado pelo programa "Pânico"

O vereador, youtuber e policial militar licenciado, Gabriel Monteiro, foi entrevistado pelo programa “Pânico”, da Jovem Pan, nesta sexta-feira, 4, e falou sobre a escolha da sua profissão e seu mandato na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. “Eu sou vereador de rua, sou vereador que fiscaliza, que coloca dedo na cara dos corruptos, que vai cobrar segurança para o povo”, afirmou. Nascido e criado em uma região de conflitos do tráfico, Gabriel entrou na PM com a meta de combater bandidos e mostrar às pessoas do convívio dele que as forças de segurança podem ajudar a população. “Sempre vi pessoas que jogavam bola comigo entrando para a criminalidade e morrendo. Um dos meus melhores amigos morreu do meu lado, quase na porta da minha casa. Eu estava vendo que a Polícia Militar não estava errando, porque ele estava infelizmente na criminalidade. Eu o amava como pessoa, mas as condutas, as ações dele eram ruins para a sociedade e para a família”, afirma. Para ele, a maior parte da polícia é honesta, mas alguns desonram a farda com muita corrupção.

“O pior tipo de bandido é o bandido que tem a caneta, que são os bandidos que hoje estão na cúpula da Polícia Militar, em cargos altíssimos que mandam e desmandam no Rio de Janeiro e fazem tudo para ganhar mais dinheiro e sacanear o povo”, disse. A decisão de entrar para a política surgiu após o vereador sofrer uma série de repreensões que, segundo ele, ocorreram por causa dos seus vídeos nas redes sociais. “Eu mexi com o Comando Vermelho e recebi muitas ameaças, mexi com o terceiro comando e recebi muitas ameaças, mas quando eu fui mexer com um coronel corrupto da Polícia Militar, a minha vida não acabou, mas a minha casa se tornou um batalhão de polícia por causa dos policiais corruptos. Hoje eu não consigo ir em um banheiro sem a minha escolta, não consigo vir aqui na Jovem Pan, em São Paulo, sem policiais comigo. Não consigo ver meus pais, minha mãe, minha sobrinha sem antes ter um pelotão comigo”, lamenta. Por causa dos seus vídeos nas redes sociais, o policial já foi ameaçado e hoje anda com escolta especializada. “O TJ já está com algumas provas de que a contravenção penal pagou R$ 2 milhões, a maior máfia do Rio de Janeiro, para me matar. Eu, sinceramente, não temo pela minha vida porque uma hora eu vou morrer. Viver é cristo, morrer é lucro. Contudo, minha família sim”, recorda.

Antes de decidir pela carreira militar e pela política, Gabriel Monteiro iniciou a vida acadêmica aos 19 anos cursando história na Universidade Estadual do Rio de Janeiro. No local, ele passou a refletir sobre a formação que cada aluno tem naquele ambiente. “Sinceramente, meus professores chegavam fumando maconha. Não é uma guerra aqui contra maconha, se você acha que tem que legalizar, ok, mas dentro da sala de aula? Você ia se sentir bem? Seu filho chegando na faculdade, com 19 anos, o professor, o mestre dele chega fumando e fica doidão na sala?”, questiona. O vereador ficou pouco mais des um ano no Movimento Brasil Livre (MBL), mas decidiu sair do grupo após ter divergências de pensamento com o grupo. Hoje, ele faz parte do projeto União Libertadora. “A maior [divergência de pensamento] foi o MBL 3.0, que eles mudaram o modus operandi, de ser combativo, de ser aguerrido, eles mudaram. Aí eles conversaram muito comigo, que meus vídeos deveriam mudar, e eu sempre falei que era necessário, ainda mais no Rio de Janeiro, colocar dedo na cara de corrupto, colocar corrupto na cadeia, fazer um trabalho investigativo para prendê-lo, para expor o vagabundo que rouba”, recordou. Com seis meses de cargo, ele se considera um “vereador de rua” e, no momento, não pensa em encarar eleições para outro cargo em 2022: “O meu maior objetivo hoje é ser o vereador mais atuante do Brasil”.

Confira o programa “Pânico” desta sexta-feira, 4, na íntegra:

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