Nunes detalha plano para evitar enchentes na capital paulista e fala em executar maior programa de recapeamento da história

Em entrevista ao Pânico, prefeito de São Paulo também comentou sobre recorde de público registrado no Sambódromo do Anhembi ao longo do Carnaval

  • Por Jovem Pan
  • 23/02/2023 17h28 - Atualizado em 23/02/2023 22h10
Reprodução/Jovem Pan News Ricardo Nunes Ricardo Nunes foi o convidado do programa Pânico

O Programa Pânico recebeu, nesta quinta-feira, 23, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) para uma entrevista exclusiva. No início de sua participação, o emedebista explicou que pretende ampliar as estratégias utilizadas para conter alagamentos na capital paulista. De acordo com o político, o nível de acúmulo de água ainda encontra-se problemático, mas a concentração dos espelhos d’água nas ruas diminuíram em decorrência das obras de drenagem. “Agora já tivemos a quantidade de chuva a mais do que estava previsto pelo mês inteiro. O nível de retorno da cidade é mais rápido pelos investimentos em drenagem. Com as obras que fizemos, ainda está alagando, mas é um espelho menor”, disse. Nunes também deu detalhes sobre o novo programa de recapeamento das ruas paulistanas. O político informou que, atualmente, existem 196 milhões de metros quadrados de ruas asfaltadas em São Paulo totalizando 17 mil quilômetros. “Estamos fazendo o maior programa de recapeamento da história, porque você vai apenas tampando buraco e vai desgastando, tem que tirar e colocar um novo. Estamos fazendo um investimento de R$ 1 bilhão, do primeiro lote que termina em maio. Vamos fazer 5,8 milhões de metros quadrados e, até o fim do ano que vem, vamos fazer 20 milhões de metros quadrados de recape. Serão R$ 2,5 bi e meio de investimento”, disse. O emedebista também afirmou que a prefeitura contratou um serviço de tecnologia alemã para identificar qual é o tamanho do asfalto ideal para determinadas ruas. “Ela vai fazer um escaneamento para saber se é preciso um asfalto com 5 centímetros, com 10 ou meio metro, além da base com 50% do material reciclado”, disse o prefeito após pontuar que, o investimento não será maior, por falta de material humano para desempenhar as funções nas ruas da cidade.

Alvo de críticas ao longo dos últimos anos em decorrência do abandono e da falta de políticas públicas para a região, o Centro de São Paulo passará a integrar um programa para revitalização da área. Nomeado de ‘Todos Pelo Centro’, Ricardo Nunes afirmou que pretende atualizar as legislações que norteiam as possibilidades de desenvolvimento da região, como a alteração na lei para que novos investidores que tenham interesse em empreender na Sé, República e uma parte da Santa Cecília, não precisem realizar o pagamento de outorga. “Além do incentivo fiscal para fazer retrofit, ou seja, recuperar prédios e reformá-lo com isenção de impostos e até perdão de impostos. Se você tiver devendo IPTU e revitalizar, vamos fazer a remissão [perdão do imposto municipal]”, informou. Segundo Nunes, a prefeitura cedeu R$ 1 bilhão a fundo perdido do poder público para recuperar 55 prédios ociosos localizados na área central da cidade. “Vamos falar para o setor privado: ‘Quer vir aqui reformar o prédio e dar uma atividade por, no mínimo, 10 anos?’ A prefeitura vai pagar por até 25% do valor da reforma. Não existe nenhuma grande cidade do mundo que não tenha seu Centro vivo e revitalizado”, opinou. Questionado sobre a continuidade no uso de máscaras nos transportes públicos na capital paulista – já que é obrigatório o uso do item de proteção individual para embarque nos ônibus, por exemplo, desde o início da pandemia de Covid-19 -, o ex-vereador concordou que “falta lógica” neste momento, já que houve aglomerações no feriado de Carnaval, mas disse que a prefeitura de São Paulo segue o entendimento do governo estadual e que, caso o Palácio dos Bandeirantes revogue a obrigatoriedade, a cidade acompanhará a decisão. “Foi muito bacana que, durante a pandemia, não faltou leito, não faltou respiradores. Tínhamos 1.540 eitos de UTI, antes eram apenas 502. E 23% dos nossos leitos eram de pessoas que não eram de São Paulo, então demos a assistência aos nossos e atendemos quem veio do interior e outros Estados”, ressaltou Nunes.

Nunes aproveitou para exaltar o sucesso do Carnaval paulistano e comemorou os ganhos econômicos, sociais e culturais do feriado. “Nós geramos um movimento financeiro de R$ 2 bilhões, 19 mil empregos. Só do pessoal que vende cerveja, cadastraram 15 mil pessoas. Fora tudo aquilo que movimenta. No Sambódromo do Anhembi tivemos 35 mil ingressos vendidos, um recorde. O Carnaval de rua foi essa coisa fantástica, alguns eventos superaram a quantidade de pessoas. Foi um sucesso. Além de ter sido da cultura do país, também tem essa coisa da geração de empregos. Taxista, aplicativo, restaurante, hotel”, descreveu. O político também avaliou que uma de suas falhas à frente do executivo municipal é a falha na comunicação com a população. No seu entendimento, é preciso que sua gestão estabeleça um melhor diálogo com os munícipes para expor os investimentos realizados com os impostos recolhidos. “É uma falha minha, mesmo. De poder comunicar um pouco mais, falar mais sobe o que estamos fazendo e para que as pessoas possam se inteirar sobre seus impostos”, disse. O atual mandatário também relembrou seus trabalhos como legislador paulistano. Nunes ocupou uma cadeira na Câmara dos Vereadores de São Paulo de janeiro de 2013 a dezembro de 2020 e, durante este período, presidiu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou um esquema de sonegação de impostos na capital paulista. “Recuperei R$ 1.2 bilhões de sonegadores e instituições financeiras. Fui relator da CPI do Theatro Municipal e realmente não teve muita repercussão. Acho que preciso corrigir isso”, avaliou.

Confira na íntegra a entrevista com Ricardo Nunes:

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