Por que algumas pessoas roem as unhas? E o que fazer para parar

Pesquisas mostram que a onicofagia afeta até 30% da população mundial; entenda quais são as causas desse comportamento e como tratar o problema

  • Por Lívia Zanolini
  • 19/04/2021 15h40 - Atualizado em 20/04/2021 13h45
Getty Images / AaronAmat O hábito de roer as unhas pode ser desencadeado em momentos de estresse, ansiedade e nervosismo Especialistas explicam que manter as unhas sempre cortadas, higienizadas e até esmaltadas ajuda a controlar o hábito de roê-las

A cena é comum. Se a ansiedade aumenta, por um motivo qualquer, os dedos são levados à boca instintivamente e lá se vão lascas e lascas de unhas. Estudos mostram que o hábito de roer as unhas, ou onicofagia, afeta até 30% da população mundial. Só na Região Metropolitana de São Paulo, 20% dos adultos sofrem com o problema. E as consequências vão muito além do fator estético. Embaixo das unhas há milhares de microrganismos e, ao roê-las, parte deles é transportada para dentro da boca, o que causa doenças. Dentistas alertam que o hábito também pode provocar o desgaste dos dentes, o surgimento de cáries e prejudicar o alinhamento dental. Além das unhas, algumas pessoas chegam a roer as cutículas e até as pontas dos dedos, levando a lesões e infecções. Psiquiatras explicam que a onicofagia pode ser sinal de transtornos ligados às emoções.

Na maioria dos casos, o comportamento surge na infância e é desencadeado em momentos de estresse, ansiedade e nervosismo, na tentativa, ainda que inconsciente, de aliviar tensões e relaxar. Mas também pode ser reflexo de timidez, autoestima baixa, frustração e sofrimento. Há estudos que associam a onicofagia até a fome! Segundo a psiquiatra Camila Magalhães, que é colunista do site da Jovem Pan, embora seja um hábito difícil de combater, até mesmo pelas múltiplas causas, existe tratamento. “Nem todo ato de roer as unhas configura um transtorno mental. Mas quando isso passa a trazer uma angústia significativa, uma repetição descontrolada, lesão nas pontas dos dedos, mutilação, ou até mesmo infecções de repetição no trato gastrointestinal, aí sim nós devemos pensar se já não configura um transtorno mental ou, por exemplo, um transtorno de ansiedade”.

A psiquiatra esclarece, ainda, que os tratamentos são diferentes para crianças e adultos. “Com as crianças, precisamos ter calma, tentar dar objetos que elas possam manipular e, com isso, deixar de colocar as mãos na boca. Com os adultos, vale encontrar quais são as causas de base, e ofertar um tratamento que, muitas vezes, pode ser um medicamento ou até mesmo a psicoterapia. Com isso, a gente encontra, seja para adultos ou crianças, um tratamento e uma melhora importante na qualidade de vida dessas pessoas”. A especialista explicou, também, que manter as unhas sempre cortadas, higienizadas e até esmaltadas ajuda a controlar o hábito. Outra dica é apelar para o paladar e investir em produtos que tenham gosto desagradável para desencorajar a pessoa a levar as mãos à boca. Tá Explicado?

Gostaria de sugerir algum tema para o programa? É simples. Encaminhe a sugestão para o e-mail online@jovempan.com.br e escreva Tá Explicado no assunto. Participe!

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.