É possível morar em Marte como planeja Elon Musk?

A meta do bilionário fundador da SpaceX é que o planeta vermelho comece a ser colonizado nas próximas décadas; astrônomo da UFRJ explica por que o projeto, embora audacioso, não é impossível de ser implementado

  • Por Lívia Zanolini
  • 16/04/2021 15h10 - Atualizado em 16/04/2021 15h32
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NASA / JPL-Caltech Um milhão de pessoas morando em Marte até 2050. Esta é uma das metas mais ambiciosas do norte-americano Elon Musk, fundador da Tesla e da empresa de exploração espacial SpaceX Imagem de Marte registrada pelo rover Mars Perseverance da NASA; a missão espacial chegou ao planeta em fevereiro deste ano

Um milhão de pessoas morando em Marte até 2050. Esta é uma das metas mais ambiciosas do norte-americano Elon Musk, fundador da Tesla e da empresa de exploração espacial SpaceX. A espaçonave desenvolvida para fazer o transporte dos primeiros habitantes já está sendo testada. E, a princípio, os moradores viveriam em redomas de vidro, como se fossem cidades construídas em ambientes controlados. Mas será que é possível viver em Marte como Musk planeja? Embora seja um projeto extremamente audacioso, difícil e que custaria bilhões de dólares para ser implementado, um grupo de astrônomos acredita que não é impossível. Em primeiro lugar porque o planeta tem água e, ainda que se apresente em forma de gelo ou vapor, com mecanismos de elevação da pressão e da temperatura, seria possível obtê-la na forma líquida. A partir daí, os habitantes poderiam dar outro passo importante: a agricultura de subsistência. O solo de Marte tem minerais que, com as técnicas adequadas, permitiria a atividade. Embora seja um planeta gelado, com média anual em torno dos 60º abaixo de zero, as faixas de temperatura são compatíveis com as de algumas regiões mais frias da Terra. Sem contar que, nas redomas de vidro, os moradores viveriam sob temperaturas agradáveis. E, no início, a colônia dependeria de recursos do planeta de origem e, assim, a importação de vários insumos, como a energia, seria indispensável. 

Apesar de todos esses desafios e do enorme investimento que tudo isso exigiria, o astrônomo Gustavo Porto de Mello, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, afirma que, nas próximas décadas, o planeta vermelho já deva começar a receber seus primeiros habitantes. “Quando nós pensamos em expandir a humanidade para outros planetas, Marte é o melhor candidato a Terra 2.0 pelas suas semelhanças com a Terra. Isso pode acontecer, talvez, em 20 ou 30 anos. Vai ser difícil, perigoso e caro. Mas também vai ser uma aventura espetacular e existe interesse, tanto exploratório, quanto econômico. São novos horizontes de expansão da humanidade. Teremos, finalmente, seres multiplanetários. E existe, também, o interesse de sobrevivência, porque nossa biosfera é ameaçada por asteroides, super vulcanismo e outras ameaças. Existe, ainda, um desgaste natural da capacidade do planeta de manter vida. Então, no longo longo prazo, nosso futuro como espécie, como biosfera, tem que estar no espaço”. A despeito do otimismo, há especialistas que afirmam que a colonização de Marte vai levar bem mais do que algumas décadas para acontecer. Tá Explicado?

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