EUA prestam condolências ao Irã, mas alfinetam presidente morto

Washington classificou acidente como ‘desafortunado’ e revelou que os iranianos pediram ajuda na busca e recuperação do helicóptero acidentado, mas não entrou em detalhes

  • Por Jovem Pan
  • 20/05/2024 16h52 - Atualizado em 20/05/2024 16h54
AHMAD AL-RUBAYE / AFP Ebrahim Raisi Homens penduram um enorme retrato do falecido presidente do Irã, Ebrahim Raisi, do lado de fora da embaixada iraniana em Bagdá, durante um serviço de condolências

Após uma série de nações e líderes prestarem condolências ao Irã pela morte do presidente Ebrahim Raisi e o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir-Abdollahian, foi a vez dos norte-americanos se pronunciarem sobre o ocorrido. Nesta segunda-feira (20), os Estados Unidos expressaram suas condolências oficiais pelo acidente “muito desafortunado” que matou Raisi. “Enquanto o Irã escolhe um novo presidente, reafirmamos nosso apoio ao povo iraniano e sua luta pelos direitos humanos e liberdades fundamentais”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller em comunicado. Em entrevista coletiva posterior, o mesmo porta-voz classificou Raisi como um dos responsáveis pela “repressão brutal do povo iraniano por quase quatro décadas”, incluindo as execuções de milhares de dissidentes políticos em 1988. “Lamentamos qualquer perda de vida. Não queremos ver ninguém morrer em um acidente de helicóptero, mas isso não muda seu histórico”, comentou Miller.

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Em outro comunicado, John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional não deixou deu alfinetar o ex-presidente, dizendo que ele tinha muito sangue nas mãos. “Ele era um homem com muito sangue nas mãos”, disse a jornalistas o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, acusando Raisi de ser responsável por abusos “atrozes” contra os direitos humanos no Irã e de apoiar aliados regionais, incluindo o Hamas. O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller também revelou que o Irã pediu ajuda aos EUA na busca e recuperação do helicóptero acidentado, mas não entrou em detalhes. Em entrevista coletiva separada, Austin afirmou que os EUA não tinham “nada a ver” com o acidente e, quando perguntado se Israel poderia estar envolvido, disse que a investigação em andamento pelas autoridades iranianas esclarecerá o que aconteceu.

“Com relação à morte do presidente iraniano no infeliz acidente de helicóptero, continuamos a monitorar a situação, mas, neste momento, não temos detalhes sobre a origem do acidente”, declarou. Raisi morreu em um acidente de helicóptero no domingo, depois que a aeronave caiu na área de Varzaghan, no noroeste do Irã. Também estavam a bordo da aeronave o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir-Abdollahian; o governador da província de Azerbaijão Oriental, Malek Rahmati; o líder das orações de sexta-feira na cidade de Tabriz, Mohammad-Ali Ale-Hashem; além de dois pilotos da aeronave, um comissário de bordo, o chefe da segurança presidencial e um guarda. Todos morreram no acidente. Após o anúncio da morte de Raisi, o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, aprovou nesta segunda-feira a nomeação do vice-presidente Mohamad Mojber como presidente interino do país e declarou cinco dias de luto nacional.

*Com informações da AFP e EFE

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